“Lula pediu para ser cobrado e hoje estamos aqui”

No dia 15 de março, em dezenas de cidades pelo país estudantes do Ensino Médio, convocados pela União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), saíram às ruas contra o Novo Ensino Médio (NEM). Em Brasília, o ato ocorreu às 9h na Esplanada dos Ministérios e reuniu cerca de 500 estudantes. A Juventude Revolução do PT (JRdoPT) esteve presente com uma coluna de estudantes de uma escola do Gama (DF). Na semana anterior, um debate no intervalo das aulas reuniu 15 estudantes na escola e explicou a necessidade de se revogar o NEM. Eles levantaram uma faixa com os dizeres “Lula, revogue o NEM”.

Em Sarandi (PR), a estudante Ramona discursou no carro som: “quando foi reclamado com o governo que a gente não estava conseguindo aprender [com o Novo Ensino Médio] o governador mandou a gente fazer cursinho!”. Ela concluiu “ninguém está pensando em ninguém nesse governo, (…) somos apenas números para eles”.

Na capital paulistana, o ato reuniu cerca de 2 mil estudantes que se concentraram na frente do MASP e marcharam até a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Na manifestação, os estudantes entoaram uma cobrança direta a Camilo Santana: “Ô Ministro, preste atenção, os estudantes querem a revogação.”

Lucas, estudante de uma escola da região central de São Paulo, avaliou “foi um ato mais que necessário. Como foi meu primeiro ato na rua, fiquei meio perdido, mas fui entendendo (…)”. Para Lucas, mais estudantes poderiam ter ido ao ato “vi poucas pessoas da minha escola, de uma escola de 500, nem 100 alunos em meio ao ato”, considerou.

Em Cuiabá (MT), o ato ocorreu às 16h na Praça Ipiranga. A estudante Alice, militante da JRdoPT, discursou no ato e mandou uma mensagem direta: “o Lula pediu para ser cobrado e hoje estamos aqui: ô Lula, revoga a reforma!”.

Continuidade
É preciso que a UBES convoque uma nova jornada de manifestações. Há uma discussão na diretoria, mas até o fechamento desta edição, sem conclusão.

Já a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) discutiu a luta pela revogação do Novo Ensino Médio, o que pode abrir uma perspectiva de uma mobilização unitária de professores e estudantes. A entidade decidiu por um calendário de lutas que inclui a entrega de um manifesto no Ministério da Educação pela revogação do NEM no dia 24 de abril, e depois, no dia 26 de abril a CNTE propõe uma “Greve Nacional da Educação pela aplicação do reajuste do piso (…) e pela revogação do NEM.”.

Cristiano Junta

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