Nestes poucos dias que nos separam de 30 de outubro não há que tergiversar. O jogo não está ganho e é preciso intensificar a campanha construindo a força para que no apito final sejamos vitoriosos.
Sair da defensiva na pauta imposta pelo bolsonarismo e ir para a ofensiva na pauta que interessa ao povo.
Nossos adversários, adversários do país usam todos os meios para manter a sede da gangue no Planalto sob comando do candidato a imperador.
O uso da máquina estatal (agora, na véspera do segundo turno, com a proposta do novo FGTS “futuro” para desovar o estoque dos empreiteiros às custas do endividamento popular), bem como as falcatruas no Congresso Nacional, é exuberante e ilegal. Até o Estadão, notório militante na perseguição ao PT e Lula, que resultou no atual governo, falou uma coisa certa. Em editorial intitulado “Bolsonaro não tem do que se queixar” registra “a omissão ou cumplicidade” das instituições frente à abundância de crimes cometidos. O Ministério da Defesa, de maneira inédita, exigiu fazer auditoria das urnas no primeiro turno, agora o ministro da Defesa, Paulo Sérgio, dá de ombros ao prazo exigido pelo presidente do Tribunal Eleitoral, Alexandre de Moraes, para entrega do relatório. “Só depois do segundo turno”, ele diz. E ponto final, nada acontece. Uma carta guardada na manga para seguir na ofensiva prevendo a vitória de Lula?
Não para aí. Entre o primeiro turno e agora na campanha do segundo, é alarmante a escalada da ação patronal para coagir seus empregados a votar em Bolsonaro. Até o dia 17 de outubro o Ministério Público do Trabalho registrava 431 denúncias. Sem falar que deve haver casos não denunciados. Os patrões, a quem o trabalhador é obrigado a vender a força de trabalho para sobreviver, usam a propriedade privada dos meios de produção para ameaçar os trabalhadores em caso de vitória de Lula.
A classe dominante e seus tentáculos –instituições, governo, patrões, padres de algumas igrejas, pastores vigaristas e bolsonaristas violentos e fanáticos– usam de maneira escancarada todos os meios possíveis, aí sim, para fraudar a vontade popular. Porque para a classe dominada hoje não há outra saída senão a eleição de Lula, como um primeiro passo para voltar a respirar e se oxigenar para a luta pelo seu direito a condição digna de vida e trabalho.
O jogo é pesado, sujo, ilegal, abusivo. Contra a democracia, contra a vida do povo e não vai parar depois de 30 de outubro com nossa esperada vitória.
É por isso que para construir a força necessária para ganhar e governar é preciso dizer aos trabalhadores do campo, da cidade, aos jovens, aos moradores da periferia, o que é preciso fazer para garantir-lhes um futuro de emprego com direito e salários reajustados. Para garantir moradia, escolas e hospitais.
Nos próximos dias é fortalecer nas ruas a pauta do povo trabalhador. Construir a força para a vitória e para derrubar, num futuro governo Lula, os obstáculos que vão se interpor para que que o salário mínimo volte a ser reajustado, para que um programa de moradia seja retomado, para que a educação e a saúde possam ser reconstruídas, para que a volta de políticas de proteção à mulher possa ser cumprida, para que o genocídio da população negra e dos povos indígenas seja estancado, para ficar em alguns exemplos.
Com os grupos de base do Diálogo e Ação Petista é neste combate que estamos engajados.