Meio século de luta pela 4ª Internacional no Brasil

Lançamento da editora Nova Palavra recupera entrevista inédita de militante trotskista brasileiro

Já está disponível uma obra indispensável para compreender a história da luta pela 4ª Internacional no Brasil. Publicada pela Editora Nova Palavra, o livro traz, pela primeira vez em português, a entrevista concedida por Fulvio Abramo em 1979 aos pesquisadores Pierre Broué e Victor Leonardi, para a revista francesa Cahiers Léon Trotsky, resgatando a trajetória de uma das lideranças constitutivas do trotskismo brasileiro.

Fulvio Abramo não foi apenas um militante, foi um protagonista de momentos decisivos. Da fundação da Liga Comunista Internacionalista (LCI) à luta antifascista na Praça da Sé em 1934, da mobilização revolucionária dos mineiros bolivianos à participação na criação do PT e da CUT. Sua narrativa, aguda e crítica, percorre meio século de lutas, exílios, prisões e resistência, oferecendo aos leitores um olhar vivo sobre os conflitos da luta de classe e as batalhas internas da luta política da classe trabalhadora no Brasil que marcaram o século XX.

Além da entrevista, a edição inclui um prefácio elucidativo de Tiago Maciel e textos importantes de Abramo, como “Oposição de Esquerda no Brasil” e “1917-1987 – Socialismo em Debate”. A edição também conta com um grande caderno de fotos, que transforma o livro em um registro histórico ainda mais vivo deste camarada.

Até o fim de sua vida, Fulvio Abramo permaneceu um militante trotsquista. Na ocasião de sua eleição para a Direção Nacional da Corrente O Trabalho do PT, seção brasileira da 4ª Internacional, em seu 8º Congresso, realizado em 1984, pronunciou um discurso, no qual salientou: “Camaradas, eu retomo uma ação concreta com vocês, meus irmãos de longa data, uma atividade iniciada desde o começo do combate pela 4ª Internacional. Ao manter esta atividade dentro do PT, vocês assumem o papel de vanguarda que, desde Marx, consiste em ajudar as massas a avançarem.”

Esta publicação é leitura obrigatória para militantes, historiadores e todos os que se interessam pela memória política e pela luta pela revolução no Brasil e no mundo.

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