Nada cairá do céu sem mobilização!

O próximo 8 de março, dia internacional de luta da mulher trabalhadora, se dará num mundo marcado pela guerra na Ucrânia, que acaba de completar um ano e contra a qual as mulheres estiveram na linha de frente de mobilizações ocorridas na Europa (pág. 12).

No Brasil, nas ruas em 8 de março, as pautas de legalização e direito ao aborto seguro, de salário igual trabalho igual (pág. 8), creches públicas e outras, serão acompanhadas, certamente, pelo grito “sem anistia” que ecoou desde a posse de Lula e ganhou ainda maior importância após a tentativa golpista de 8 de janeiro.
Afinal, dois meses passados, ainda que haja centenas de presos, os organizadores graúdos do assalto às sedes dos três poderes ainda não foram punidos, muitos sequer indiciados. Os golpistas continuam aí.
Enquanto Bolsonaro, desde os Estados Unidos, acena aos seus partidários presos ou soltos, áudios vazados do general Tomás Paiva, atual comandante do Exército, deixam claro o pensamento dos milicos de alta patente sobre os “indesejáveis” Lula e PT, bem como seu desejo de continuar tutelando a República com consequências nefastas para o povo, como o genocídio Yanomami e a tragédia do litoral paulista (pág. 9).

Soma-se a isso a reação do presidente bolsonarista do Banco Central à sugestão de Lula de baixar os juros (pág. 8). Tudo a demonstrar que a punição dos golpistas, inclusive de chefes militares, como preconiza a resolução aprovada pelo Diretório Nacional do PT (pág. 4), a desbolsonarização do Estado e a revogação das medidas antipopulares adotadas desde o golpe contra Dilma – como a Reforma Trabalhista, da Previdência, do Ensino médio (pág. 2) – não são “revanchismo” como acusa a grande mídia, mas uma necessidade para avançar no atendimento das demandas do povo trabalhador e para a reconstrução de um país soberano.

Avançar nessa via, no entanto, não pode depender da confiança nas atuais instituições

carcomidas, na fábula de generais democratas, em juízes togados e muito menos na ampla – e frágil – coalizão. Avançar nessa via só será possível através da mobilização popular.

O governo anunciou o aumento do salário-mínimo para R$1.320,00. Não é o ideal e sequer o que pediam as centrais sindicais (R$1.380,00), mas é um aumento real e um ponto de apoio para as campanhas salariais em curso.

Lula também anunciou a ampliação da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 2.640,00. Não é ainda para quem ganha até R$ 5.000,00 como foi dito na campanha eleitoral, mas medida beneficiará mais de 13,7 milhões de trabalhadores com carteira assinada.

O governo ainda adotou outras medidas, como o reajuste do Piso dos professores em 15%, que deve ser exigido de prefeitos e governadores, o reajuste das bolsas de pós-graduação em 40% (pág. 2) e está em negociação com os servidores federais propondo um reajuste acima da inflação (embora abaixo das perdas acumuladas). São medidas promissoras, que devem ser reforçadas e ampliadas através da mobilização popular. É assim com a luta pela reversão da privatização do Metrô de Belo Horizonte, pedida a Lula pelos seus trabalhadores que estão em greve há vários dias, e principalmente, a luta para reestatização da Eletrobrás, que é objeto de uma campanha nacional dos eletricitários e que diz respeito à soberania nacional, com ato em Brasília no próximo dia 15 de março.

Nada cairá do céu sem a luta dos trabalhadores e setores populares por suas reivindicações. Ajudar nessa mobilização é a pauta das reuniões de base do Diálogo e Ação Petista que se realizam em todo o país neste mês de março. Junte-se a nós!

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