Ou Dilma muda de política ou o PT deve mudar a relação com o governo dela.
A Central Única dos Trabalhadores e os movimentos populares do campo e da cidade, em constantes mobilizações, exigem o fim da política de ajuste fiscal. Agora, o presidente do PT Rui Falcão veio a público e, ao defender a mudança da política econômica, disse que se “Levy não quiser seguir uma nova orientação deve ser substituído”.
A reação da presidente Dilma é um dado incontornável. Desde Estocolmo, ela reagiu ao presidente do PT: “ele [Levy] fica porque concordamos com a política econômica dele”.
Mas “a política dele” está jogando o Brasil na crise e os trabalhadores no sofrimento! Ela sacrifica o povo, angustia os militantes do PT, pois se choca e afasta a base social do partido nas fábricas, nos movimentos e no campo.
Em junho, no seu 5º Congresso, o PT, dividido, recusou exigir outra política econômica. Uma omissão que facilitou o fechamento do cerco contra o partido e contra o governo.
Agora, seu presidente, com razão, diz que Levy deve ser substituído. Antes tarde do que nunca: nem mais um dia de ajuste! Não há outro caminho para salvar os trabalhadores, a nação, o governo e o próprio PT!
Que ninguém se engane. Os que se beneficiam desta política ante operária e ante nacional e de pressão de manipuladoras agências de risco a serviço da especulação financeira sob comando de Levy não hesitarão. Sem um partido dos trabalhadores para atrapalhar, em apear Dilma, se conseguirem forjar um legítimo representante capaz de comandar a submissão total do país aos interesses imperialistas.
Nenhum “respiro” dado por tribunais inconfiáveis, nenhuma concessão ao mercado, nenhum acordo com pretensos aliados – que, quanto mais agraciados mais chantageiam – poderá evitar o desastre em curso.
É preciso erguer a única força capaz de fazer frente à crise, os trabalhadores da cidade e do campo que, através de suas organizações, exigem uma política que proteja a nação e os trabalhadores. Chega de superávit fiscal primário para encher o bolso dos banqueiros!
A CUT em seu 12º Congresso, que acaba de se realizar, decidiu por unanimidade manter no centro do combate a luta contra o ajuste fiscal. Como lembrou Lula na abertura do Congresso, para o povo essa política “não deu certo em país nenhum”. “Nem mais uma semana discutindo cortes”, completou.
O tempo corre. Se, como declarou Dilma, essa não é a opinião do governo, os trabalhadores, por seus próprios meios, buscarão exercer a sua opinião. Há duas semanas os bancários realizam uma forte greve nacional contra os banqueiros, os mais beneficiados pela política do ministro Levy.
Como diz o “Manifesto de Alarme” adotado pelo Diálogo e Ação Petista, “chegamos a uma situação de limite! Ou Dilma muda a política econômica, ou o PT deve mudar sua relação com o governo dela!” Sim, porque para um partido dos trabalhadores o que conta é a “nota” dada pelo povo oprimido, e não pelas agências de risco!
“O PT de volta para os trabalhadores”, dizem dirigentes da CUT que convocam um encontro nacional de sindicalistas petistas, para o dia 27 de novembro.
Nas próximas semanas, as reuniões de base do Diálogo e Ação Petista discutirão o “Manifesto de Alarme” e se engajarão para ajudar no sucesso desse encontro, e na luta para apear do governo a “política dele” e ele também!
Acabar com o ajuste fiscal de Levy é o primeiro passo para trazer o PT de volta para a classe trabalhadora.