Antonio Palocci, ex-ministro influente na cúpula petista nos governos Lula e Dilma, não tem mais qualquer compromisso com o PT do qual já foi dirigente. Palocci sabia o que estava fazendo no depoimento ao juiz Moro, quando apunhalou o presidente Lula.
Presente, Zanin, advogado de Lula, viu Palocci ler as fórmulas rabiscadas que trouxe (“pacto de sangue” etc.). Ali, ele falou o que o juiz e mídia queriam ouvir, na semana anterior à nova audiência de Curitiba, na escalada da perseguição a Lula para tirar-lhe o direito de candidatura pelo PT.
É inaceitável!
Em primeiro lugar, ele mentiu, não apresentou provas das principais acusações, só que “ouviu de Lula na manhã seguinte”. Que queira assim se safar da cadeia ou o benefício da “delação premiada”, não se justifica. Que se diga que está sob pressão de “tortura psicológica” (1 ano de cadeia), tampouco justifica uma liderança responsável e experiente – ele e muita gente do povo sabem o que é a cadeia e o que pode ser a tortura.
Não nos cabe, nem temos os elementos, para avaliar desde quando Palocci abandonou o compromisso com a construção do PT para se dedicar, ao que parece, a negócios privados. As instâncias do PT – garantido o direito de defesa – saberão sancionar a gravíssima agressão de Palocci a Lula e ao partido.
“Ex-trotskista”?
Esclareçamos a interesseira insistência na sua condição de “ex-trotskista”.
O fato: em abril de 1987, Palocci acompanhou Luís Favre numa cisão da 4a Internacional. Aqui, ele e outros, puxaram a divisão da corrente O Trabalho (não a “libelu”, corrente estudantil, como confunde a mídia), para dissolverem-se e entrarem (era a condição) na então Articulação dos 113. Uma condição que a maioria dos militantes de OT não aceitou, ao contrário da maioria da direção naquele momento, mantendo OT, corrente do PT, seção brasileira da 4a Internacional, e o jornal O Trabalho.
Foi então, em outra corrente, que Palocci, sindicalista médico de Ribeirão Preto (SP), avançou a carreira política de vereador, prefeito e deputado. Assim, há mais de 30 anos ele não tem nada a ver com o trotskismo, nem o trotskismo com as posições privatistas e pró-mercado que, depois, vieram a caracterizá-lo.
Comitê de Redação