Professores do Distrito Federal em greve pelo Piso Nacional

Em 4 de maio, milhares de professores e orientadores do Distrito Federal (DF) realizaram passeata, organizada pelo Sindicato dos Professores (Sinpro), até o Palácio do Buriti (sede do governo) marcando o início da greve com paralisação das atividades até que o governo atenda as reivindicações do movimento. Um coro com camisetas vermelhas gritava “ô Ibaneis, você que diz que professor tem que ganhar igual juíz”. A frase faz referência a um vídeo de campanha do governador (MDB) dizendo que valorizaria a educação e os profissionais. A realidade é contrária à tal afirmação, e a resposta do movimento não poderia ser diferente. 

O DF chegou a possuir o 3º melhor salário do país, hoje nem sequer paga o piso nacional. A perda inflacionária dos últimos 8 anos acumula 26,92%. O governo anunciou 18% de recomposição em 3 parcelas, na prática 6% ao ano que pode nem acompanhar a inflação. Ao mesmo tempo, aplicou a si mesmo e a seu alto escalão 25% em parcela única. A comparação deixa evidente o escárnio que o governador faz da educação. Nem uma reunião após diversas solicitações do sindicato foi realizada. 

Disposição é grande!
Depois de anos com a educação sob sucessivos ataques é evidente que a vitória de Lula dá ânimo para lutar pela retomada e ampliação de direitos. O primeiro resultado foi o aumento do piso nacional em 14,95%, mas para isso reverberar na folha do trabalhador é preciso lidar com o obstáculo local que é o Governo do DF. Por isso, foram várias assembleias lotadas de trabalhadores preparando a greve.

Há muitos desafios pela frente. Um deles certamente é construir a unidade da categoria, ampliando a adesão à greve. Para tanto, o Diálogo e Ação Petista propõe exigir reajuste de 25% já (se tem para o governador tem que ter para o professor) junto à reestruturação da carreira com incorporação de gratificações e melhorias na progressão. Outro certamente é a mobilização dos contratos temporários que já são a maioria dos professores em sala. Nessa modalidade de contratação, os profissionais sofrem todo tipo de pressão para não aderir ao movimento, inclusive com ameaça de devolução ao banco de reservas. Nos próximos dias os grupos de piquete já estarão operando em todas as regionais de ensino buscando intensificar o movimento e forçar a negociação.

Helio Barreto

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