Servidores de São Paulo exigem reposição de perdas

Os servidores municipais de São Paulo estão em campanha salarial. O SINDSEP (Sindicato dos Municipais de São Paulo) em conjunto com o Fórum de Entidades do Funcionalismo, vem realizando uma série de atos para exigir o atendimento da pauta de reivindicações dos vários setores da categoria.

No dia 9 de junho um ato reuniu pelo menos três mil na porta da Prefeitura.

A novidade foi a paralisação feita pelo SINDSEP e não seguida pelas entidades. Apesar da falta de unidade entre os sindicatos, vários locais de trabalho pararam suas atividades neste dia e vieram para o ato. Agora é necessário avançar para uma paralisação geral.

As manifestações têm contado com importante participação dos aposentados, que desde abril tem o desconto de 14% implantado para a previdência municipal a partir da Emenda Constitucional 103 e lei municipal.

Por outro lado há uma ausência de professores, pois o SINPEEM (sindicato que reúne a maioria dos educadores) prioriza negociações com o governo sem convocação de assembleias com a categoria e sem luta.

Foto: Alexandre Linares

Prefeito e vereadores preparam um golpe
A prefeitura tem um orçamento de R$ 82 bilhões para este ano, mas guarda R$ 32 bilhões enquanto a cidade segue sucateada e os servidores acumulam perdas salariais enormes que somam 45% desde 2015.

Para Vlamir Lima, secretário de Imprensa do Sindsep “o prefeito não quer dar reajuste salarial, quer empurrar para o ano que vem. Queremos valorização dos salários, queremos reajuste já para repor a inflação”.

Na véspera do ato foi aprovada na Câmara Municipal uma reestruturação da guarda civil metropolitana que divide a categoria e aplica um “subsídio” (em substituição aos salários e carreira), sem nenhuma negociação com as entidades sindicais.

Em reunião reservada com vereadores da base governista, o prefeito apresentou proposta similar para outras categorias, em especial da educação, sem qualquer discussão com as categorias.

Para Marilza, trabalhadora do Serviço Funerário isso mostra como os governantes tratam os servidores: “usam a gente e depois descartam como lixo. Não é fácil o que está acontecendo com a gente aqui. É tanta desigualdade, nossos colegas que morreram na pandemia e não pudemos nem fazer o luto, e nós carregamos a cidade nas costas. São canalhas”.

É com esta disposição que os servidores enfrentam o prefeito Ricardo Nunes e exigem o atendimento das reivindicações.

João B. Gomes

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