Trabalhadores revertem terceirização do hospital do Campo Limpo em SP e colocam OS pra fora

O Hospital municipal do Campo Limpo, na zona sul da capital paulista, foi retomado para o serviço público pelos trabalhadores nesta sexta feira (21), depois de uma batalha que contou com o apoio intenso de moradores da região, a ação decisiva de parlamentares do PT e a disposição de luta dos próprios servidores públicos organizados pelo Sindicato da categoria, o SINDSEP.

Depois que Bruno Covas conseguiu aprovar na câmara municipal uma lei que extinguia autarquias e fundações, ele se apressou para terceirizar o hospital do Campo Limpo entregando sua administração para uma “Organização Social”, sob o comando do Hospital “Albert Einstein”.

A ação foi alvo de duras críticas dos movimentos de saúde da região e foi objeto de diversos protestos que incluíram passeatas, carreatas, atos na frente da prefeitura, entre outras mobilizações.

Na primeira passeata, do dia 14 de julho, o pré candidato do PT a prefeitura Jilmar Tatto, chegou a mandar um recado a Covas e ao Einstein “vamos dar o papo reto. Não vai terceirizar e se terceirizar nós vamos reverter. Temos que fortalecer o SUS. Vamos mandar um recado ao Hospital Albert Einstein: Não ponha suas patas aqui. Se colocarem, nós vamos tirar”

A bancada do PT na câmara municipal decidiu agir e entrou com um pedido no Tribunal de Contas do Município solicitando a suspensão do processo de privatização, demonstando que causaria enorme prejuízo aos confres públicos. O TCM aceitou o pedido e determinou a suspensão do processo, no dia 14 de agosto.

Apesar da determinação Covas e o Einstein decidiram privatizar o hospital na marra. No dia 17 a OS ligada ao Einstein protaganizou uma espécie de invasão do hospital, ocupou setores e expulsou trabalhadores dos seus locais de trabalho. Para esconder a realidade de hospitais lotados no país começaram a dar alta a pacientes, desmarcaram cirurgias, impediram o SAMU de levar novos pacientes depois da meia noite e tentaram fazer com que trabalhadores farmacêuticos de carreira entregassem a senha dos estoques.

A resistência foi generalizada. Os trabalhadores do serviço público com o apoio da população, iniciaram uma série de manifestações pela saída imediata da OS Albert Einstein. Tentando enrolar, ganhar tempo  e quem sabe reverter o processo, Covas prometia a saída da OS apenas em 31 de agosto. Firmes na luta, os servidores não arredaram pé, e conquistaram neste dia 21, depois de uma reunião com a direção do hospital e a secretaria de saúde a saída imediata da OS e o retorno dos servidores aos seus postos de trabalho.

Sobre esta significativa vitória Lourdes estevão, dirigente do SINDSEP, declarou : “Quero agradecer a cada companheiro e companheira, porque essa é uma vitória de toda a região do Campo Limpo. Nós ganhamos uma etapa, mas se estamos vivendo um novo normal, hoje estamos assumindo, mas queremos nesse novo normal equipamentos para trabalhar, condições para oferecer a melhor assistência à população, respeito aos profissionais, para fazer o que nós mais sabemos fazer: atender a população. Se esse novo normal não chegar, estaremos nas ruas”.

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