Apresentamos a edição extra nº 12 do Jornal O Trabalho, publicado em 31 de OUTUBRO de 1978, pela Organização Socialista Internacionalista, que posteriormente, tornaria-se Corrente O Trabalho do PT. A presente edição trata da grande greve geral de 400 mil trabalhadores em São Paulo, onde a principal questão colocada é auto organização dos trabalhadores, de forma independente, ds velhas direções pelegas sindicais.. Edição é especial e denominada como o “o jornal da greve” feita em conjunto com sindicalistas da Oposição Metalúrgica. A greve forte colocava a seguinte questão: “Agora é nossa vez”. Esse é o tom da edição 012 do Jornal O Trabalho.

📰 Confira a edição na íntegra

Confira abaixo o índice da edição:

– Capa: 400 mil parados: É a greve geral!

– Editorial

– 1,2,3 agora é nossa vez
“Os metalúrgicos de São Paulo querem 70% de aumento. Por isso, 20 mil deles tomaram o sindicato 6ª feira. Passaram por cima dos pelegos e decretaram greve geral. Imediatamente, começaram a organizar as Comissões Regionais de Greve, que é quem vai dirigir o movimento (…) Os metalúrgicos estão mostrando que aprenderam com suas próprias greves de maio-junho e, também com aquelas dos bancários. Aprenderam que não podem confiar nestes sindicatos que aí estão, controlados pelo governo e dirigidos por pelegos. Aprenderam que para lutar tem que se organizar for dos atuais sindicatos, começando com as Comissões de Fábrica eleita dentro da fábrica. (…) É a vez da classe operária, como força independente, mostrar que vai resolver os problemas do país.

– 1 Sai da frente, Joaquim.
“Joaquim dos Santos Andrade, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e um dos antigos pelegos ainda em atividade no movimento operário, arquitetou um plano muito bem elaborado para impedir que a greve geral saísse. Assim preparou uma votação secreta na urna, prometeu (e não cumpriu) organizar uma assembléia na rua, e ainda valeu-se de diversas ameaças e pressões para intimidar os trabalhadores”

– 2 Como organizar a greve
“Se Joaquim estava abertamente disposto a impedir a greve, entre muitos de seus oponentes a confusão também era grande. Membros da antiga chapa 2 (Renovação) não faziam qualquer esforço para acabar com o esforço de Joaquim. Alguns integrantes da Oposição Sindical já haviam mostrado disposição de abandonar o índice de 70% durante a negociação com os patrões em troca da estabilidade das Comissões; o que eles não diziam era que as Comissões só poderiam ser formadas na luta, na greve por 70%”

– 3 A força dessas comissões
“As dificuldades dos trabalhadores em utilizar-se dos sindicatos colocam a necessidade de se construir uma nova estrutura sindical. Como as greves de maio-junho deste ano já mostraram, as atuais entidades sindicais não servem para que os trabalhadores encaminhem suas lutas, e isto porque simplesmente foram construídas pelos patrões. Este fato coloca, para a classe operária, duas tarefas ao mesmo tempo: encaminhar suas lutas e organizar-se de modo independente, única forma de conseguir alguma vitória”

– A assembleia da decisão
“(…) Parar as primeiras fábricas até que não foi o mais difícil. Na segunda-feira, às 9 horas da manhã, 23 mil trabalhadores de mais de 20 empresas (…) já haviam desligado suas máquinas, dando início à greve geral. Em Osasco, no mesmo horário, perto de 15 mil trabalhadores já haviam assumido a paralisação. No final do dia, os dirigentes do sindicato de metalúrgicos destas três cidades anunciavam que a greve atingira 70% das empresas de São Paulo e Osasco, e quase 90% em Guarulhos.

– Comando em Osasco
“Em Osasco, 20 mil dos 33 mil metalúrgicos estão em greve desde a manhã de ontem, dia 30. 41 fábricas estão paralisadas e em quase todas elas a greve é total, apesar das ameaças dos patrões (…) distribuíram comunicado dizendo que os grevistas estariam suspensos por 2 dias”

– Greve total em Guarulhos.
“Em Guarulhos, dos 46 mil metalúrgicos, 43.500 aderiram à greve. As principais fábricas – (…) – estão completamente paradas. Em 4 delas – (…) – a greve foi desencadeada e está sendo dirigida pelas comissões de fábrica, algumas delas existentes desde a greve de junho”

– Residentes continuam em greve
“Depois de muitos meses de espera e de negociações fortuitas, os residentes do Hospital dos Servidores acabaram adotando a única arma efetiva que dispunham para encaminhar as soluções dos problemas que enfrentam (…)”

– Os comitês de apoio à greve
“A efervescência da Assembléia dos 20.000, que decidiu greve geral, indicava o entusiasmo que os metalúrgicos dispõem para enfrentar os obstáculos que se erguerão contra seu movimento: dispensa, perseguições, ameaças, sufoco financeiro, repressão policial. Para resistir aos ataques do patronal, os metalúrgicos procuram se apoiar nas suas próprias forças e nos setores comprometidos com a luta pelo fim do arrocho e opressão. Não há como permanecer indiferente diante este combate, que já conta hoje com mais de 400 mil metalúrgicos em greve. A força dos operários faz cair por terra as máscaras”

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