18 de março: unir forças para derrotar o governo

O governo Bolsonaro acaba de obter um acordo com o “centrão” na questão do orçamento federal, prevendo adiante a divisão da gestão de 30 bilhões de reais entre o Executivo e o Legislativo. Uma “vitória” do ex-capitão, depois de ter apoiado atos de ruas “contra o congresso e o STF” promovidos pela extrema direita.

A maioria do Congresso mostrou que não é obstáculo às propostas de Bolsonaro, pois está de acordo com a agenda promovida pelo ministro da Economia Paulo Quedes – que entregou o “pibinho” de 1,1% no ano passado – e sua sanha de privatizações e ataques a direitos sociais e trabalhistas. Os que tinham a ilusão numa aliança com Maia e Alcolumbre contra Bolsonaro, devem estar lambendo as suas feridas.

É evidente que há uma escalada militarista e autoritária impulsionada por Bolsonaro, que está pouco preocupado em viabilizar o seu novo partido, a tal Aliança pelo Brasil, ou mesmo com as eleições municipais deste ano, mas sim em criar as condições para um golpe policial-militar.

Este plano de Bolsonaro só pode ser barrado pela mobilização popular nas ruas.

Daí a importância de intensificar a preparação do 18 de março, inicialmente previsto para ter no centro a defesa dos serviços públicos, ameaçados pela “reforma” administrativa, e das estatais, que o governo quer entregar ao imperialismo com as privatizações, agora, por proposta da CUT e demais centrais, do PT e outros partidos de oposição, se amplia em defesa da democracia e dos direitos.

Intensificar a mobilização

Assim é preciso intensificar em todos os níveis a mobilização da classe trabalhadora para a jornada de luta de 18 de março. Motivos não faltam: a Educação, além de sucateada, está submetida a uma política obscurantista emanada do MEC, a cortes de verbas, a não aplicação do Piso Nacional do magistério; os servidores públicos de todas as esferas, além dos ataques a seus regimes de Previdência estaduais e municipais, sofrem as consequências da falta de concursos públicos – como se vê nas filas do INSS – arrocho salarial e precarização do atendimento às famílias de trabalhadores que dependem dos serviços públicos; no setor privado, a MP 905 da “carteira verde amarela”, em tramitação no Senado, aprofunda ainda mais os efeitos nocivos da “reforma” trabalhista de Temer.

Que existe vontade de luta, isso foi demonstrado pela greve nacional petroleira, pela greve dos professores mineiros e de servidores municipais.

Mas compete aos sindicatos, movimentos populares e em particular à CUT e suas confederações nacionais intensificar o debate e a preparação do 18 de março, para que ele possa concretizar um amplo movimento de defesa dos direitos sociais e trabalhistas, de defesa da democracia contra a escalada militarista e autoritária do governo.

Esperar as eleições de 2022 para tirar Bolsonaro e tudo que ele representa do governo, como se vivêssemos uma situação “normal”, é o pior dos erros. A luta é agora!

Julio Turra

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