A Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE), aplicando a decisão de sua plenária intercongressual deflagrou um dia nacional de greve da educação, que mobilizou milhares de trabalhadores da educação pelo país. Em diversas partes do Brasil, paralisações e manifestações exigiam a revogação do novo ensino médio, aplicação do piso sobre toda a carreira e condições de trabalho e segurança nas escolas.
Em Brasília num ato convocado pelo Sinpro-DF com adesão massiva da categoria decidiu-se a deflagração de greve dia 4 de maio que reivindica “um basta ao descaso com a educação e reivindica melhores condições de trabalho e reestruturação da carreira para recompor salários (…)”.
Na assembleia do Sinpro-DF o presidente da CNTE, professor Heleno Araújo afirmou: “Vamos lutar por piso e carreira de todos os profissionais da educação, por formação inicial e continuada adequada para nossa categoria (…). Hoje é dia de mobilização pelo direito da educação, que significa lutarmos para que o Plano Nacional de Educação seja implementado e que a Lei 13.415/17, que trata do Ensino Médio, seja revogada. Sigamos firmes na luta até a vitória”.
Apesar da declaração positiva, não há um novo dia de luta marcado pela CNTE até aqui.
Já em Pernambuco, de acordo com o diretor do Sindicato dos Profissionais de Educação de Recife – SIMPERE, Aílson Lopes “as entidades de educação de Pernambuco aprovaram paralisar no dia 26. Pela manhã, fizemos panfletagens e atividades culturais organizadas pelo Fórum da Entidades de Educação”, em atividade que unificou professores do Municipio da capital pernambucana e do Estado.
Em São Paulo cerca de 10 mil trabalhadores ocuparam a Av. Paulista no ato convocado pela Apeoesp e com o apoio de outros sindicatos e entidades estudantis. Segundo um professor da rede estadual, “estamos pela revogação do novo ensino médio que tem sido um fator de reforço do abandono da escola pelos estudantes. O governador Tarcísio está se aproveitando disso para juntar turmas e fechar salas de aula, fazendo professores perderem aulas. Esse governo Tarcísio é igual ao Bolsonaro: só ataca a educação. Ele quer mudar a constituição do Estado para reduzir o orçamento da educação de 30% para 25%!”.
No Rio Grande do Sul, o professor Cássio Ricardo Ritter, dirigente do CPERS explicou que no dia 26 “O Cpers se uniu aos outros sindicatos dos servidores para exigir reposição salarial e defesa do IPE Saúde, plano de saúde dos servidores, que é público e que está com deficit mensal de 36 milhões, culpa dos governos Sartori (MDB) e Leite (PSDB) que não reajustaram os salários na base da inflação que gerou este deficit. A manifestação reuniu cerca de 5 mil servidores. Na manifestação foi denunciado que os aposentados que estão sem reajuste e ainda tem desconto de 14 % de seus salários”.
Já em Santa Catarina “no município de Florianópolis, paralisamos os trabalhos no período da tarde e fizemos uma grande passeata se dirigindo ao executivo para que cumpra o piso na carreira.” nos relatou Bruno Ziliotto dirigente do Sintrasem, sindicato dos trabalhadores do serviço público da cidade.
Enquanto isso de Mato Grosso, o professor Robinson Cireia relatou que “houve uma grande paralisação principalmente das escolas estaduais em Cuiabá, com uma mobilização de mais de mil pessoas na Assembleia Legislativa”.
Em Minas Gerais, o Sindute também convocou a categoria para uma paralisação. Trabalhadores da educação fizeram uma manifestação na capital mineira para cobrar a aplicação do piso, denunciando, inclusive, que há trabalhadores na escola hoje que ganham menos que um salário mínimo.
De Alagoas, o professor José Samuel explicou que “em Maceió AL, mais de 700 trabalhadoras/es das duas redes, estadual e municipal, ocuparam as ruas, concentrando em frente ao Palácio do Governo Estadual de Alagoas e caminharam até à Secretaria municipal de Gestão da cidade para reivindicar os pisos na carreira, revogação do Novo Ensino Médio as pautas locais como progressões, o acordo não cumprido dos funcionários do município que recebem abaixo do mínimo, isonomia na rede estadual e entre outras. trabalhadores participaram. Também houve atos nas cidades de Arapiraca, Palmeiras dos Índios e Delmiro Gouveia”.
Alexandre Linares