28 de abril e a responsabilidade do PT

Lula em Rio Grande/RS em 29 de abril:

“Quem está passando fome não pode esperar até 2018.”

A força da greve geral, escondida pela mídia, mas presente nas organizações dos trabalhadores e na vida das famílias trabalhadoras, aprofundando o que se anunciava em 15 de março, abriu uma nova situação no Brasil.

Apesar do golpista e seu Congresso preten­derem prosseguir na guerra, o recado dado é inequívoco.

Se eles pretendiam, protegidos pelas quatro paredes do Congresso, do Palácio do Pla­nalto, pela imprensa burguesa, todos paus mandados do capital financeiro internacio­nal, lançar as bombas contra os direitos, os empregos e a soberania nacional, o 28 de abril mostrou que do outro lado da trincheira uma força maior se constrói.

A unidade e a amplitude demonstrada, com o envolvimento das mais diversas categorias na greve geral, abriram as comportas de uma resistência que só tende a aumentar. Pois foi a vontade de derrotar o desmonte dos direitos e da nação que se expressou de norte a sul, de leste a oeste, do país

As centrais sindicais iniciam a discussão sobre a continuidade. Uma “ocupação” de Brasília e uma nova greve geral estão na pau­ta. O certo é que com o passo dado dia 28, todos juntos poderão dar um passo maior.

Um passo que confirme a recusa de qual­quer negociação com este governo golpista. Um passo capaz de impor a retirada da con­trarreforma da previdência e de bloquear a contrarreforma trabalhista, já aprovada na Câmara Federal. Um passo que faça esboroar os pilares que forjaram e sustentam o golpe, e reverta a destruição dos direitos, da demo­cracia e da soberania, colocada em marcha há um ano, no dia 12 de maio quando Temer assumiu o Planalto, com impeachment, sem crime de responsabilidade, da presidente Dilma.

O Brasil de maio de 2017 é o país dos 14,2 milhões de desempregados, de aumento da violência no campo, contra os trabalhadores sem-terra e os povos indígenas. É o Brasil onde a Polícia Militar dá cacetadas na cabeça de jovens que legitimamente se manifestam, e lança bombas a bel-prazer.

Esta situação tem que ser detida e revertida. E isso é possível com a força e a disposição demonstrada no 28 de abril.

No dia seguinte à greve geral, ocorreu, com milhares de presentes, um ato na cidade do Rio Grande (RS), em defesa do Polo Naval que está sendo destruído pela Operação Lava Jato e pelo desmonte do regime de partilha do Pré-Sal. No ato Lula afirmou que como candidato, ele poderia “esperar até 2018, mas quem tá passando fome não pode esperar até 2018”. É isso mesmo!

Por isso, os que fizeram a greve geral do 28 de abril, deram esse recado: Fora Temer!

É preciso derrotar as contrarreformas. Os trabalhadores com seus sindicatos estão fa­zendo a sua parte.

Mas é preciso abrir uma saída política. E ela existe: é antecipação das eleições, Lula presidente com uma Constituinte para anular as medidas dos golpistas e reformar as atuais instituições que travam as reformas popula­res, como a reforma agrária para acabar com os assassinatos no campo, dando a terra a quem nela trabalha.

É preciso recuperar para a nação tudo que foi roubado. No mesmo ato em Rio Grande Lula disse que quer voltar a “ser presidente para impedir a destruição do pais pelas multi­nacionais”. Só com uma Constituinte Sobera­na poderá estabelecer novas instituições para sustentar um projeto de nação soberana. Pois o atual Congresso, como ficou demonstrado na quebra do regime da partilha, o que quer é entregar o Pré-Sal às petrolíferas estrangeiras.

Não há mais tempo a perder! Os Congressos Estaduais do PT que ora se reúnem, devem se constituir num passo à frente, na necessária unidade pela reconstrução do PT, para que o 6º Congresso nacional coloque o partido à altura da responsabilidade a que está chamado depois do 28 de abril.

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