29M, foi dada a grande largada!

Desde a manhã até a noite, em todas as capitais e várias cidades do país ficou patente:não dá para aguentar mais um dia com este governo.

Com mais de 460 mil mortos pela pandemia, quase 15 milhões de desempregados e 19 milhões de famintos, números que só tendem a aumentar, não dá para ficar parado, esperando a desgraça aumentar. Foi o que as ruas gritaram no dia 29. Não é fortuito que tenha ecoado aqui o que dizem nossos irmãos colombianos, que desde 28 de abril não saem das ruas: “se um povo protesta e marcha em meio à pandemia é porque seu governo é mais perigoso que o vírus”.

Sim, este governo é pior do que o vírus! E não haverá conselhos “científicos” ou de “prudência” que vá deter a luta do povo. Os que perderam familiares pela pandemia, como registravam vários cartazes no dia 29; os jovens, vendo seu direito à educação sendo limado e perdendo a perspectiva de um futuro digno, que estavam em massa nas mobilizações; os trabalhadores dos correios e de outras estatais que foram se manifestar contra as privatizações; os que querem ter segurança de que poderão comer todos os dias e não viver de doações; os desempregados, os trabalhadores com direitos ameaçados; os que querem proteção da pandemia e exigem vacinas; os professores e alunos que querem condições de segurança para voltar a ter as aulas presenciais; os que precisam de moradia, os que defendem a cultura a arte e a ciência, contra o obscurantismo; estes estavam nas ruas! O número e disposição de luta comprova: não dá mais!

Já em 1º e 13 de maio, como dissemos em editorial anterior, as manifestações mostravam que uma janela se abria. 29 de maio escancarou. E rajada não será passageira. Por isso, atenção! Para os que no interior das organizações dos trabalhadores hesitaram, ou até se opuseram, a prova foi feita!

“Não podemos nos confundir com o governo que promove aglomerações”, diziam uns. Ora, ora! Mas só a luta coletiva, organizada, do povo –que não guarda nenhuma relação com as ações do governo e seu séquito – pode colocar fim ao descalabro que assola o país.

“Temos que ficar em casa”, diziam outros. Ora, ora. Mas só 10% dos que tem trabalho estão em home office. 90% rala todo dia em transportes lotados, e trabalham sem as proteções necessárias.

“Só fazer manifestações quando todos forem vacinados”, outro argumento. Mas até para ter vacina tem que lutar para colocar para fora este governo.

Contra fatos não há argumentos. E o fato é que a tragédia da pandemia, do desemprego e da fome só aumentará a cada dia que Bolsonaro se mantiver no Planalto, transformado em um covil de facínoras. Tutelado pelas Forças Armadas, o Exército em primeiro lugar, ainda que com algumas chiadeiras, amparado por um Congresso e um Judiciário, ainda que com algumas rusgas, Bolsonaro destrói o país, leva o povo a um sofrimento drástico e só será detido pela luta do povo.

O dia 29 mostrou que disposição de luta há. Apesar de vacilo, omissão, ou até mesmo boicote vindos de onde não deveriam vir, a largada foi dada. E não será uma originalidade brasileira se os que querem lutar façam o que querem fazer, sem esperar aprovação. Em várias partes do mundo, em nosso continente também, a luta explode sem pedir autorização.

A largada foi dada. As organizações dos trabalhadores têm a chance de entrar no ritmo.

De nossa parte, com o Diálogo e Ação Petista estamos e estaremos com o povo na rua. Como estivemos em 1º e 13 de maio e agora neste vigoroso 29.

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