O 1º turno mostrou, como cantou Cazuza, que estamos “por um triz, pro dia nascer feliz”. Estamos por um triz, ainda não chegamos lá, mas vamos chegar!
Nas próximas semanas é organizar a militância para ir às ruas e conversar com o povo trabalhador para vencermos com força o 2º turno. Ganhar e poder governar correspondendo às expectativas dos 57,2 milhões que já votaram em Lula em 2 de outubro e nos novos milhões de brasileiros e brasileiras que votarão porque querem se ver livre da trágica situação a que está sendo empurrada a maioria oprimida. É preciso livrar o país deste governo que tirou a comida da mesa, derreteu os direitos e conquistas, demole os serviços públicos, privatizou o Orçamento da União para seus comparsas no Congresso, numa ameaça permanente à democracia.
Todo apoio para eleger Lula é, por certo, benvindo. Mas sem cair no canto das sereias que não querem Bolsonaro, mas vão muito bem, obrigado, com a política de seu governo.
Na segunda-feira, após o 1º turno, a bolsa subiu, o dólar caiu. Foi o mercado comemorando o que viu como uma chance para tentar colocar uma camisa de força no novo governo que vem porque para o povo é sim preciso reconstruir e transformar o Brasil.
A revogação das medidas draconianas, como a reforma trabalhista para recuperar empregos com direitos. O fim do teto de gastos, para recuperar e avançar em políticas sociais e nos serviços públicos, como saúde e educação (agora mesmo reitores alertam que as universidades federais podem fechar as portas por falta de verbas). A recuperação de estatais, como a Eletrobrás, o fim das benesses ao agro negócio depredador e do avanço contra os povos indígenas e quilombolas. São estas medidas que a maioria do povo precisa e são elas que o mercado não quer.
Mas, como já disse Lula, “o mercado não vota”, mas o povo vota e milhões votarão 13 em 30 de outubro porque querem uma vida melhor. E é com eles e para eles que vamos expulsar o arruaceiro do Planalto.
Este é um primeiro passo, pois os obstáculos se avolumam. Por exemplo, o novo Congresso Nacional eleito é o mais reacionário de todos, com reforço de parlamentares bolsonaristas. Como demolir esta verdadeira muralha que se ergue contra os interesses do povo, a não ser com a força da mobilização popular?
A batalha das próximas semanas combina a busca do voto em Lula com a construção de uma força que permita sustentar um governo de reconstrução e transformação.
Como diz um jingle de Lula (em 2002), “bote esta estrela no peito, não tenha medo ou pudor” e vamos conversar com o povo trabalhador!
Vamos levantar com força medidas emergenciais – como reajuste geral dos salários, a começar pelo salário mínimo, tabelamento dos preços da cesta básica, despejo zero, medidas que dizem respeito às condições concretas de vida do povo. E aquelas medidas necessárias para conquistar uma verdadeira democracia, como o fim da tutela militar (garantida na Constituição em seu artigo 142) que se escancarou de maneira inescrupulosa nestas eleições com os milicos se imiscuindo em assunto que não lhe diz respeito.
É com a força do povo trabalhador, e não com o aliancismo sem fronteiras, com propostas concretas para os oprimidos, e não apenas com o legado ou cedendo às pressões do mercado, que podemos cravar uma vitória em 30 de outubro que corresponda às expectativas que ela representará.