Argel, 8, 9 e 10 de dezembro de 2017
Clique aqui e baixe o chamado (abaixo) na íntegra com as primeiras adesões
A Coordenação do Acordo Internacional dos Trabalhadores e dos Povos (AcIT), constituída na Conferência Mundial Aberta (CMA) de Argel, realizada em novembro de 2010, reuniu-se em Argel, em 20 e 21 de dezembro de 2016.
Os membros da Coordenação são: Gaby Clavier, dirigente do Conselho Sindical da União Geral dos Trabalhadores da Guadalupe (UGTG), membro do Liyannaj kont la pwofitasyon (LKP); Geoffrey Excoffon, membro do Secretariado nacional do Partido Operário Independente (POI – França); Tétévi Norbert Gbikpi-Benissan, Secretário nacional do Partido Democrático dos Trabalhadores (PA.DE.T – Togo); Louisa Hanoune, Secretária-Geral do Partido dos Trabalhadores da Argélia: Patrick Hébert, sindicalista (França); Gotthard Krupp, membro da Direção de Ver.di do Land de Berlin-Brandebourg, membro da Direção da Comissão Operária do SPD de Berlin; Tiyani Lybon Mabasa, presidente do Socialist Party of Azania (Sopa – África do Sul); Dan Moutot, membro do Secretariado nacional do POI (França); Salah Salah, Conselho Nacional Palestino; Jordi Salvador Duch, deputado das listas da Esquerda Republicana da Catalunha (Estado espanhol); Julio Turra, membro da Executiva Nacional da CUT (Brasil); Anton Vechkunin, membro do Partido Revolucionário dos Trabalhadores (Federação da Rússia).
Declaração
Na resolução adotada pela coordenação do AcIT em 3 de setembro escrevíamos:
“Num momento em que a guerra e seu cortejo de atrocidades se estendem sobre todos os continentes, em que se revela à luz do dia o laço estreito que existe entre a guerra ’social’ movida contra a classe operária em cada país com essa guerra de extermínio dos povos, em particular no Oriente Médio, julgamos indispensável dizer claramente: A guerra contra o Estado Islâmico, nos fatos, serve como pretexto para a coalizão imperialista de uma guerra pretensamente contra o terrorismo, com cheiro racista e xenófobo, indo até a formação de governos de união nacional para tentar controlar ou mesmo destruir as organizações sindicais através de sua integração. Ela serve igualmente de pretexto para criar as condições da destruição de todas as conquistas sociais da classe operária mundial e, em consequência, das conquistas democráticas de todos os povos”.
Dois meses depois, o estado de choque que atingiu o mundo após o anúncio da eleição de Trump nos remete a uma imagem impressionante do impasse político no qual o sistema imperialista entrou.
Ao pânico, que de início sacudiu todas as praças financeiras do planeta, se juntaram os temores dos bancos centrais das grandes potências imperialistas que confessam ter tentado tudo, em vão, para superar os efeitos da crise de 2007-2008 e relançar o “crescimento”.
A aflição de todos os “grandes desse mundo” é portadora, para toda a humanidade, das maiores ameaças desde o desencadeamento da Segunda Guerra mundial.
A guerra se estende, as alianças são feitas e desfeitas ao sabor das circunstâncias. Os orçamentos de armamento explodem…enquanto a produção estagna, o comércio mundial regride e a miséria cresce em todos os continentes, jogando, com a guerra e suas devastações, milhões de refugiados e migrantes do Oriente Médio, África e também da Ásia e Europa do Leste, nas rotas de êxodo.
Ninguém sabe aonde isso vai dar.
A incerteza aumenta.
Trata-se do pesado tributo que o poder ilimitado do capital financeiro e de seus procuradores, para assegurar a sua sobrevivência, pretende que a humanidade pague ao infinito.
Trata-se do pesado tributo que a humanidade é constrangida a pagar aos bandidos sem fé, nem lei, que presidem os destinos dos monopólios imperialistas. Bandidos que têm somente uma regra: esmagar todos os obstáculos à guerra impiedosa que eles travam pelo controle do mercado mundial em via de desagregação, para perpetuar seus lucros.
A única certeza é que a classe operária e os povos oprimidos, em defesa de sua sobrevivência, se levantarão contra a ofensiva assassina em curso, e para fazê-lo terão necessidade de organizações independentes nos planos político e sindical.
O manifesto de fundação do AcIT, janeiro de 1991 em Barcelona, às vésperas da primeira guerra imperialista contra o Iraque, concluía-se por “governos que provocam guerra e miséria, temei a revolta dos povos”.
Hoje, face a essa ofensiva sem precedente de destruição, liderada em todos os continentes pelo imperialismo dos Estados Unidos e seus supletivos, com a colaboração das grandes instituições internacionais como o FMI, o Banco Mundial e a União Europeia, ressoa a cólera dos povos.
Os combates de resistência minam desde já os fundamentos de todos os Estados que foram encarregados de garantir a manutenção da ordem imperialista.
As declarações dos mais poderosos chefes de Estados, umas mais inconsistentes e contraditórias que outras, não conseguem esconder a realidade: a ordem imperialista mundial, vítima da violência de suas próprias contradições insuperáveis e de sua decomposição, está abalada de Norte a Sul, de Leste a Oeste.
Jamais, para a classe operária dos países imperialistas, bem como para aquela dos países oprimidos pelo imperialismo, as questões políticas mais vitais colocaram-se simultaneamente em termos tão próximos. Sob formas certamente diferentes em todos os continentes, mas próximas no seu conteúdo. Elas se colocam de forma aguda para os mais vulneráveis, a começar pela juventude e as mulheres.
Jamais para a classe operária – única capaz de reunir atrás de si todas as camadas exploradas da população e dos povos oprimidos – a questão do poder colocou-se com tal força.
O abalo da ordem mundial e o processo de decomposição acelerada dos Estados que lhe são devotos, particularmente na Europa, estão em vias de abrir à luta política da classe operária por sua emancipação novas e imensas perspectivas.
* * * *
Nesse contexto e quando todos os processos contraditórios de decomposição-recomposição se aceleram, nunca o verdadeiro “combate contra a guerra e a exploração”, engajado de forma unida em janeiro de 1991 pelas organizações políticas e sindicais, pelos militantes operários e anti-imperialistas que deram origem ao AcIT, aos quais depois juntaram-se muitos outros, colocou-se com tanta força e nesses termos.
Sobre a base da experiência acumulada nesses últimos 25 anos, pensamos que chegou o momento de abordar resolutamente sob esse ângulo a discussão entre militantes e quadros que exercem responsabilidades no movimento operário de nossos diferentes continentes e nos movimentos anti-imperialistas.
Com efeito, nos países imperialistas, os velhos partidos que se reivindicavam da defesa dos interesses operários e da democracia e que no presente se consagram abertamente a salvar, sob todas as formas, o sistema capitalista apodrecido, estão todos inexoravelmente em vias de desagregação. Abandonados ou sancionados nas eleições, eles invocam uma pretensa “direitização” das massas, sendo desmentidos pelos dados que traduzem uma rejeição maior ao sistema capitalista e a todos os governos a seu serviço.
Nos países oprimidos pelo imperialismo, os partidos operários e as organizações que se constituíram na luta pela independência nacional estão chamados, pelo conjunto da situação, a romper com toda acomodação com o imperialismo, para poder jogar um papel positivo no combate de emancipação de suas classes operárias e povos.
Em numerosos países, a classe operária, em função desse fato, se volta cada vez mais para as organizações sindicais de classe, instrumento privilegiado do qual ela pode se servir para agrupar-se como classe nos combates de resistência, aos quais ela está chamada diante da ofensiva desenfreada do imperialismo.
No coração da vida dessas organizações de classe, a questão vital da independência se encontra ameaçada em toda a parte de destruição por essa ofensiva. O combate em defesa das organizações sindicais e de sua independência – prova a experiência – não pode separar-se do combate para ajudar a classe operária a desenvolver sua ofensiva, até o fim, único meio de fazer recuar a barbárie imperialista.
Novas forças se levantam em cada um de nossos países e continentes. Novas possibilidades políticas abrem-se aos militantes e quadros políticos decididos a ajudar a classe operária e os povos oprimidos a agruparem-se com toda sua força, a utilizar as menores brechas abertas por essa desintegração.
Eis o que queremos poder debater em pé de igualdade, militantes e dirigentes operários vindos de todos os continentes, sobre a base da experiência concreta das primeiras mobilizações de massa que respondem à virada da situação mundial.
Nós os convidamos a participar da CMA contra a guerra e a exploração, que será realizada em 5, 6, 7 e 8 de outubro (*) para, em comum, passo a passo, sobre a base de nossas experiências respectivas, chegar às orientações políticas capazes de ajudar a classe operária de nossos diferentes países a levantar-se contra a ofensiva que ameaça as organizações sindicais de classe, a preservá-las a fim de ajudar a classe operária organizada a realizar as tarefas que a situação mundial, e em cada um de nossos países, lhe impõem.
Em defesa:
Dos direitos dos trabalhadores, das trabalhadoras e da juventude!
Da independência das organizações operárias!
Dos direitos e liberdades democráticas!
Da soberania dos povos e das nações!
Façamos assim reviver na ação política prática o internacionalismo proletário, segundo sua orgulhosa divisa: “A emancipação dos trabalhadores será obra dos próprios trabalhadores”.
(*) A Conferência foi transferida para 8, 9 e 10 de Dezembro de 2017.
Convocatória da 9ª Conferência Mundial Aberta
Nós, militantes operários, sindicalistas, militantes anti-imperialistas, de acordo com toda ou parte desta declaração, consideramos que os problemas colocados estão no coração das preocupações de todo o movimento operário para resistir e agir em defesa da classe operária, das organizações independentes e das nações oprimidas.
Que primeiras lições podemos tirar dos combates engajados pela classe operária, a juventude e os povos oprimidos neste novo período?
Que lições tirar do posicionamento político de diferentes forças e correntes que se reivindicam do movimento operário e anti-imperialista?
Que lições tirar dos métodos adotados em cada um de nossos países para superar os obstáculos encontrados e dar os primeiros passos sérios no agrupamento em massa da classe trabalhadora no seu próprio terreno?
Como nos apoiar, uns e outros, nessa batalha?
Para debater e encontrar soluções sobre essas bases comuns, assumimos a responsabilidade de convidá-los a participar na conferência mundial aberta de iniciativa do AcIT.