Abstenção recorde no ENEM

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) bateu recorde a abstenção esse ano. 55% não compareceram às provas presenciais e 71% à digital. A reaplicação das provas para os prejudicados ocorreu dias 23 e 24 de fevereiro. O INEP (Instituto Anísio Teixeira) fala em 276 mil presentes no primeiro dia, o que é muitíssimo pouco em relação aos ausentes em janeiro. O Ministério da Educação (MEC) dizia esperar alta abstenção. Mas fica escancarado que isso é resultado direto do descaso com a educação pelo governo Bolsonaro.

Governo escolheu a bagunça
Desde maio do ano passado estudantes, professores, secretários de educação e outros setores, pediam adiamento da prova e condições para realizá-la. O MEC ignorou sua própria consulta, onde a maioria dos estudantes escolheu a prova em maio de 2021 (a opção mais distante). O governo não ofereceu as condições sanitárias como testagem, materiais de higiene, distanciamento etc. Jogou na bagunça, ceifando a oportunidade de milhares acessarem o ensino superior e agravando as desigualdades. Estudo da Unicef revela que pelo menos 5,5 milhões de jovens não tiveram nenhum acesso à educação básica em 2020 no país!

Cadê o direito à educação?
O ensino presencial está virando artigo em extinção, quando deveria ser a regra a ser restabelecida. As escolas públicas, onde estão a maioria dos jovens, principalmente os mais pobres, seguem fechadas por descaso dos governos. Um ano de pandemia e se recusam a investir nas condições necessárias para retomar o ensino presencial. Aproveitam para retirar direitos, o que inclui a manutenção altamente desigual da educação à distância, que prejudica o jovem em diversos níveis e abre margem para ainda mais lucro dos tubarões do ensino da rede privada.

É preciso reagir!
É necessário exigir dos governos e prefeituras as condições concretas do retorno ao ensino presencial. Sim, eles são os responsáveis por garantir vacinas pelo SUS, aplicação regular de testes para Covid, estrutura para distanciamento, equipamentos de proteção, higiene, transporte público e passe livre, bolsas estudantis, merendas, reformas escolares etc.
A diretoria da UNE e UBES tem que sair da toca e botar a cara na rua. Fortalecer as lutas locais que não pararam, ajudar a reativar entidades estudantis com plenárias e reuniões e construir uma força nacional com mobilizações concretas que exijam as reivindicações estudantis nas ruas de segurança necessária para a volta às aulas presenciais.

Katrina

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