Lula falou à nação brasileira!

Com os direitos políticos recuperados por decisão do STF

Nos felicitamos pela anulação dos processos da Vara de Curitiba contra Lula. Afinal, Lula é o principal líder dos oprimidos e explorados. Com o PT, ele é vítima de perseguição judiciária direta há mais de 15 anos. Nós, da Corrente O Trabalho do PT, a seção brasileira da 4ª Internacional, combatemos desde o começo essa perseguição, que não está encerrada.

O fato em si e o pronunciamento posterior de Lula tiveram enorme repercussão. Ele apresentou uma voz de Oposição ao desgoverno Bolsonaro, repôs a polarização política para abrir uma saída para o povo. Tem a ver com a exasperação popular com a escalada da pandemia que gera grande tensão (faltam vacinas e testes, há colapso hospitalar). Tudo sob o fundo do desemprego, da carestia e do obscurantismo. Um clima ainda exacerbado por um tipo de terror explorado por Bolsonaro e os governadores, cada qual a seu modo, às vezes acompanhado por lideranças populares, além da grande mídia.

É essa situação que potencializou a fala de Lula agora com direitos políticos, portanto, como uma alternativa presidencial da Oposição aos olhos de amplos setores das massas, para além, inclusive, dos simpatizantes do PT. A fala de um candidato presidencial de fato.

Uma questão é como isso repercutirá no terreno da luta de classes (não só nas pesquisas).

Porque o governo Bolsonaro segue a sua rota. Ele integrou o desarranjo das forças do “centro” com a emersão de Lula que embaralhou a elite, e trocou o ministro da Saúde por outro bolsonarista. Fez votar no Congresso a “PEC Emergencial” com um novo retrocesso no Orçamento. Mesmo se foi desidratada pela resistência sindical e da Oposição que, agora, diferente da unanimidade no Orçamento de Guerra em abril de 2020, votou contra.

Esperamos que o diálogo de Lula com o povo e os tons anti-imperialistas da fala, ajudem a agrupar a força social para acabar com a tragédia Bolsonaro, o quanto antes melhor. Lula é o melhor candidato que o PT e a Oposição dispõe.

Como todos no PT sabem, ao logo dos 13 anos de governo de Lula e Dilma, e depois, nós tomamos distância dos acenos de conciliação – por exemplo agora o “não tenham medo de mim” ou “a aliança capital-trabalho” – que desarmaram para o golpe do impeachment.
Mas no PT a hora é encorajar a luta popular. Não é hora de ‘pactos’ com o governo, nem polêmicas estéreis. É hora de uma plataforma de ação de Oposição – para tirar Bolsonaro, como diz Lula abaixo.

Markus Sokol


Trechos de Lula em 10 de março

“A quadrilha de procuradores da força-tarefa, e o Moro, entendiam que a única forma de me pegar era pela Lava Jato. Mas nós vamos continuar brigando para que o Moro seja considerado suspeito.”

“Pode ficar sabendo, Boulos, que você tem toda a minha solidariedade. Se for preciso invadir por sua causa, nós invadiremos.”

“Vocês nunca ouviram da minha boca falar em privatização”.

“Quem estiver comprando as coisas da Petrobras está correndo risco, porque a gente pode mudar muita coisa”.

“Se Rodrigo Maia quer construir uma nova relação e conversar sobre democracia, vacina, auxílio emergencial e emprego, estou disposto. E se quiser dar uma passo mais e conversar como tirar Bolsonaro, estou mais feliz ainda.”

“Eu gostaria que no Congresso Nacional só tivesse gente boa, de esquerda, progressista, mas não é assim. O povo não pensou assim. O povo elegeu quem quis eleger. Nós temos que conversar com quem está lá para ver se a gente conserta esse país.”

“Então, não tenham medo de mim. Eu sou radical porque eu quero ir à raiz dos problemas desse país”.

“É preciso garantir que o povo tenha emprego, tenha renda, que possa viver com dignidade, senão não há crescimento. Será que é difícil ou nós vamos ficar reféns do ‘Deus mercado’, que só quer ganhar dinheiro não importa como?”

“Uma frente de esquerda é mais fácil construir para produzir um programa de luta contra o que está acontecendo com a direita, mas esse programa pode envolver setores conservadores. É possível, é. Nos Estados brasileiros, temos vários governadores eleitos em aliança ampla.”

“Em 2002 tive como vice o companheiro Zé Alencar, que era do MDB, depois PL. Foi a primeira vez que se fez uma aliança entre o capital e trabalho e, sinceramente, acho que foi o momento mais promissor da história do País.”

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