Volta às aulas em MG: “greve sanitária” é derrotada

Se encerrou no dia 17 de agosto, sob ameaça de multa, a chamada “greve sanitária”, convocada pelo SindUTE, que representa professores em Minas. Para o sindicato, a “greve pela vida” consistia em não trabalhar presencialmente, mas seguir em trabalho remoto até o fim da pandemia.

Sem organizar a categoria para exigir condições sanitárias para um retorno seguro, a direção do sindicato apostou numa tática defensiva que não mobilizou os educadores.

Desde o início da pandemia até a metade de 2021, uma liminar conseguida pelo Sindute impedia o governo Zema (Novo) de orientar a volta às aulas sem garantir as condições sanitárias, o que ele nunca fez. Neste tempo, no entanto, o sindicato não realizou uma única assembleia geral para lutar por medidas concretas neste sentido.

Quando a liminar caiu, no início de julho, a direção do Sindute decretou a “greve sanitária”, sem sequer reunir os trabalhadores em assembleia, tomando a decisão no conselho geral da entidade. A assembleia que referendou a decisão aconteceu apenas três semanas depois.

Militantes do Diálogo e Ação Petista impulsionaram uma carta que propunha uma luta concreta por reivindicações, como o avanço da vacinação, testagem em massa da comunidade escolar, ampliação do quadro de professores e funcionários e adequações físicas.

Na carta eles afirmavam que “ao apontar este caminho (greve sanitária sem pauta concreta de reivindicações), acabamos por deixar o governo numa posição confortável, sem pressioná-lo para implementar as medidas que deveriam ter sido adotadas meses atrás (…).”. Eles propunham uma greve total nas cidades em que houvesse um retorno inseguro, desligando os computadores. A carta recebeu dezenas de adesões, mas a direção do sindicato se recusou submeter as propostas a voto.

Agora, os trabalhadores da educação do estado se veem confrontados a um retorno desorganizado e inseguro em diversos municípios que já haviam autorizado a volta às aulas. A direção do Sindute se limita a “denunciar contaminações e mortes”, sem combater para evitar as contaminações e mortes. É essa luta que os professores do DAP procuram agora organizar, escola por escola.

Thiago Carvalho

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