Pipocam mobilizações de servidores

Em todo o Brasil, cresce o número de greves e mobilizações por reajuste salarial de servidores e pelo cumprimento da lei do piso salarial dos professores em estados e municípios. Em Brasília, no dia 16 de março, servidores federais ocuparam a Esplanada dos Ministérios pela recomposição emergencial de 19,99%, índice de perdas durante o governo Bolsonaro.

No mesmo dia, na cidade de São Paulo, cumprindo o calendário da CNTE, cerca de três mil professores estaduais realizaram ato público por salários e protestavam contra o projeto de lei complementar 2/2022, enviado à Assembleia Legislativa pelo governador João Doria (PSDB), que propunha reajustes variáveis: 10% para servidores e servidoras em geral e 20% para integrantes das Polícias Civil e Militar.

Ocorreram atos no Rio Grande do Norte, Bahia, Pernambuco, Mato Grosso do Sul e Paraíba. Em diversas cidades houve passeatas e atos públicos indicando a retomada da mobilização arrefecida na pandemia pela política do “fique em casa”.

Em Porto Alegre, servidores estaduais e federais caminharam pelas ruas do centro da cidade com faixas e pirulitos denunciando os ataques aos serviços públicos, o aumento do custo de vida, o desemprego, além de exigir a reposição das perdas salariais. Não foram poucas as manifestações de apoio da população. No dia 22, a exemplo de Minas Gerais, mais de quatro mil policiais civis e centenas de servidores do judiciário estadual lotaram a frente do Palácio Piratini, dias antes da renúncia do governador Eduardo Leite (PSDB/RS).

Em Guarulhos, no dia 25, mais de cinco mil servidores em greve ocuparam as ruas por reajuste mesmo sob ameaça de medida liminar obtida no judiciário contra o movimento a pedido da prefeitura. Em São José dos Campos milhares foram às ruas exigindo o gatilho salarial.

No dia 28, segundo levantamento da FENASPS (Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social) foram registradas greves, ainda que parciais, em pelo menos 23 unidades da federação na base do INSS. Servidores do Banco Central também anunciam greve a partir do dia 1 de abril.

Enquanto esta edição é fechada ocorrem as mobilizações em Brasília no dia 30. Nesta sexta (1) está prevista uma reunião com o Secretário Adjunto do Ministério da Economia para tratar da pauta de reivindicações.

Ameaça de votação da PEC 32
A unidade das 3 esferas foi o que impediu que esta PEC fosse votada em 2021, contudo a pressão do governo pela sua aprovação segue.

Em entrevista à Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, garantiu na última semana que, após as eleições marcadas para outubro, o governo de Jair Bolsonaro (PL) irá retomar as ações para votar e aprovar no Congresso a reforma administrativa (PEC 32/2020). Ciro repetiu o que disse Bolsonaro à Jovem Pan dias antes, quando afirmou que “a administrativa talvez seja possível”, apesar do ano eleitoral.

Marcelo Carlini

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