“A escola deveria ser nossa”

Entrevistamos Naomi Lahana, presidente do grêmio do Instituto Federal Catarinense – Campus Araquari. Naomi faz parte do movimento A Escola é Nossa, que a JRdoPT ajuda a impulsionar e participará do 44º Congresso da União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Conubes) que acontecerá de 12 a 15 de maio em Brasília.

OT: Que situação estão vivendo os estudantes do IFC Araquari? Porque ir ao congresso da UBES?
Naomi: Hoje no IF tem faltado papel higiênico nos banheiros, estamos com falta de professor, não tem água na escola, estamos vivendo em uma situação cada vez mais precária, ainda mais quando se trata de uma instituição Federal. Nós temos cerca de 25 estudantes com deficiência que estão à espera de auxiliares pra ajudar em sala de aula. Tem estudantes de baixa renda que precisam do auxílio estudantil para ir pra escola e se manterem nela. São problemas que foram agravados com o governo Bolsonaro. Achamos que seria muito importante participarmos do congresso porque ajudaria em nossa visão de luta estudantil. Faria com que tomássemos posições mais adequadas para determinadas situações. É muito importante sabermos como resistir contra isso. Por isso, queremos ir ao Conubes para discutir essas situações e o combate ao governo Bolsonaro.

OT: Como foi o processo eleitoral?
Naomi:
Nós discutimos com os estudantes sobre o que é a UBES e a importância dela, fomos chapa única e eleitos.
O processo foi bem tranqüilo. Essa discussão, inclusive, nos permitiu debater nossas reivindicações na escola e a situação da educação de forma nacional. É o que propõe o Movimento a Escola é Nossa. Foi com esse espírito que preparamos as eleições aqui

OT: Que contribuições você, como delegada da tese A Escola é Nossa, levará ao congresso?
Naomi:
Estou de acordo com o movimento que diz o que realmente deveria ser o espírito da escola: a escola ser nossa! Ser da juventude, ser da educação de qualidade, ser do filho dos trabalhadores. Levarei as experiências que temos vivido aqui a frente do Grêmio. Aprendemos muito ouvindo os estudantes, os organizando para a luta. Fizemos campanha aqui para tirarem o título. Sabemos que nem tudo se resolverá nas eleições, que até outubro tem muita coisa pra acontecer e a luta deve continuar para tirarmos Bolsonaro o quanto antes, mas essa campanha foi importante porque nos permitiu dialogar com vários estudantes que estavam em dúvida. É esse espírito de combate que eu acho que o movimento a Escola é Nossa tem trazido. Vamos pra luta!

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