O primeiro turno das eleições resultou num Congresso mais reacionário, pior do que estava.
Mesmo se a bancada do PT na Câmara saltou de 54 (ou 56 eleitos) a 68, e a esquerda (PT, PCdoB, PSOL) saltou de 73 para 86. Mas a centro-esquerda (PDT, PSB, PV, Rede) recuou de 66 para 39. Ambas juntas, que nunca conseguiram ultrapassar muito um quarto da Câmara (mesmo no auge da popularidade de Lula e Dilma entre 2006 e 2010), terão 24%, recuando de 139 para 125.
A direita ampliou seu tamanho e o ultrafisiológico centrão, reforçado por bolsonaristas “raiz”, aumentou ainda sua parcela na direita.
A máquina do governo funcionou a todo vapor, desrespeitando gravemente a legislação eleitoral e a Constituição.
Deputados do Centrão, base fisiológica do bolsonarismo, encheram os bolsos de dinheiro público para financiar suas riquíssimas campanhas eleitorais.
A tabela abaixo que reproduzimos do Jornal O Globo, mostra o resultado.
Com o Orçamento Secreto mais de R$16 bilhões, retirados de verbas que deveriam ir a programas sociais, foram usados para as campanhas eleitorais de deputados do Centrão. Eles elevaram fortemente suas votações e foram capazes de eleger bancadas ainda maiores. O PL passou de 76 para 99. Outro que cresceu foi o União Brasil (fusão entre o DEM com o PSL), de 51 para 59.
Seguindo a tendência, alguns partidos tradicionais da burguesia minguaram.
O PSDB, que já teve 100 deputados na época de FHC, caiu para 13 agora. Outros políticos da direita tradicional aderiram ou foram engolidos pelo bolsonarismo.
A campanha presidencial de Bolsonaro também usa e abusa da máquina do Estado como os pacotes de bondade (Auxílio Emergencial etc).
O Congresso que sai das urnas será uma muralha para Lula, eleito, atender as demandas do povo trabalhador. Aí, que se coloca a necessidade de uma Assembleia Constituinte Soberana, com a mobilização do povo, para que o povo, soberanamente possa recuperar o que foi destruído e decidir sobre as reformas de fundo que o país precisa.
Alberto Handfas