“A gente recebe R$877,07. É abandonado à própria sorte por essa gestão. Estamos acampados. Está na mão do prefeito resolver essa situação. Nosso nome é resistência. iremos resistir e estamos abertos ao diálogo. Nossa bandeira de luta é a Emenda Constitucional 120. Cuidamos da saúde das famílias.”. Essa fala de um diretor do Sindacs (representante dos agentes comunitários de saúde e de combate às endemias) é o retrato da luta desta categoria na cidade de Salvador.
Há quase um mês acampados na frente da prefeitura eles exigem o cumprimento da EC 120, aprovada em maio desse ano, que estabeleceu o Piso Salarial Nacional inicial da categoria em dois salários mínimos. São mais de 3,4 mil profissionais que trabalham de casa em casa atuando prioritariamente nas ações estabelecidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) com a saúde da família e no combate à proliferação dos mais diversos vírus, como da Covid.
Prefeitura mente
A gestão do prefeito Bruno Reis (União Brasil) diz que “jamais houve qualquer repasse do governo federal voltado ao pagamento desses servidores”, mas segundo a categoria é uma mentira, porque a lei obriga o repasse e o prefeito não paga.
A política da atual gestão é a continuidade do seu padrinho, o ex-prefeito e candidato a governador ACM Neto, do mesmo partido. Na prática eles tratam servidor com truculência e metem a tesoura nos direitos do funcionalismo como bem sabem os professores, que não recebem o Piso, agentes de trânsito e outras categorias. Segundo uma dirigente do Sindacs, a luta é pela “implementação da EC sem perda de nossos direitos”, isso porque quando a prefeitura propõe algo ela retira diversas conquistas e desmantela o plano de cargos e salários conquistado.
Pague o piso
A pressão dos agentes apoiados por centrais, sindicatos, parlamentares e respaldada pelo povo que sabe da importância dos agentes, arrancou negociações. Esta luta, no terreno eleitoral, também trouxe efeitos políticos e, de certa forma, fez parte do movimento de virada do candidato do PT ao governo, Jerônimo Rodrigues, que derrotou ACM Neto no 1º turno contrariando boa parte das pesquisas que indicavam o ex-prefeito como favoritíssimo. Dia 11 a categoria volta a se reunir em assembleia para decidir os rumos do movimento.
Paulo Riela