“Revogação da Reforma Trabalhista e da previdência” e “não às demissões do metrô”
O Ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, foi recebido por centenas de trabalhadores de diversas categorias que ocuparam os corredores da Assembleia Legislativa de Minas Gerais para acompanhar a Audiência Pública que teve como finalidade debater o fortalecimento da atividade sindical e outros temas.
Marinho foi cobrado pelos trabalhadores quanto aos compromissos de campanha feitos pelo Presidente Lula, na época candidato, sobre o fim dos processos de privatização em curso, tendo como alvo principal os Correios e Petrobras, mas também a interrupção da privatização do Metrô de BH, organizada por Bolsonaro e Zema.
A presidente do Sindicato dos Metroviários de Minas Gerais, Alda Lúcia, reforçou a frustração da entidade e dos trabalhadores quanto ao posicionamento do governo em não reverter o processo de privatização, e apelou ao ministro para tomar medidas em defesa dos postos de trabalho na empresa.
O deputado Betão (PT), presidente da Comissão do Trabalho da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, ALMG, também interpelou o ministro “Nos últimos anos os acidentes de trabalho foram subnotificados em consequência da Reforma Trabalhista, que assim como a da Previdência precisam ser revogadas pelo presidente Lula. Os trabalhadores uberizados não têm para quem recorrer pois, na prática, não têm direito a praticamente nada”, mantidas essas duas reformas.
Assim como Betão, outros dirigentes sindicais bateram nesta tecla e denunciaram o processo de terceirização, um dos pilares da Reforma Trabalhista e que tem causado tantas consequências nefastas aos trabalhadores.
O próprio ministro respondeu à questão: “a terceirização levou a um processo de subcontratações, chegando ao trabalho análogo à escravidão”, declarou.
Marinho, no entanto, evitou assumir compromissos taxativos, se esquivando com o argumento de que há dificuldade de articulação na Câmara e no Senado, tendo em vista a composição ultrarreacionária do Congresso Nacional. Mas anunciou – mesmo sem data exata – que abrirá concurso para auditores fiscais no segundo semestre e falou em trabalhar pela revogação de pontos da Reforma Trabalhista, o que confirmou dias depois, anunciando que o governo pretende mandar projeto neste sentido ao Congresso, também no segundo semestre. Terminou pedindo “pés no chão” para “lutar por avanços possíveis neste momento”.
É inegável que o cenário é difícil, mas os trabalhadores já indicaram que não existe mais espaço para concessões com patrões que querem negociar o custo da dignidade das condições de trabalho da população. Como lembraram os cartazes na audiência “Lula, os trabalhadores não esqueceram das suas promessas”.
Luiz Phelipe Maia