Greve na GM contra demissões

Montadora demite por telegrama, em três unidades em São Paulo. Trabalhadores recorrem ao governo Lula

Em assembleia realizada no dia 23/10, pela manhã, trabalhadores da empresa General Motors (GM) de São Caetano do Sul aprovaram a decretação de greve por prazo indeterminado até que a empresa reverta as mais de duzentas demissões ocorridas via telegrama no último fim semana.

Alegando queda nas vendas internas e nas exportações de veículos a GM demitiu centenas de pais de famílias nas unidades de São Caetano do Sul, São José dos Campos e Mogi das Cruzes.

Quem acompanha de perto o processo na indústria automotiva sabe que o objetivo da empresa é mais uma reestruturação produtiva visando baixar o custo unitário da produção frente à concorrência, além de pressão junto ao governo visando a obtenção de subsídios.

Da nossa parte o momento é de solidariedade aos trabalhadores e trabalhadoras da General Motors que com luta e sacrifício produzem a riqueza da empresa sem que esta pelo menos considere a possibilidade de garantir os empregos e com o mínimo de dignidade.

Como disse a direção do sindicato que representa os trabalhadores de São Caetano do Sul a atitude da GM foi um ato covarde, inaceitável, pois sem prévia negociação com o sindicato a montadora enviou telegramas a centenas de metalúrgicos empregados da empresa em suas três unidades e desconsiderando inclusive alguns mecanismos como lay-off, férias coletivas, days-off, entre outros, que poderiam ser utilizados para, nesse caso, evitar as demissões.

Movimento tem 100% de adesão
“É importante lembrar que a General Motors não passa por uma crise econômica. No primeiro trimestre de 2023, por exemplo, a companhia divulgou que teve lucro líquido global de 2,4 bilhões de dólares. No Brasil, a empresa teve crescimento de 42% em suas vendas nos três primeiros meses deste ano, se comparado ao mesmo período de 2022”, diz um diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos.

A decisão é manter a greve que conta com 100% de adesão dos trabalhadores nas três unidades visando forçar a abertura de negociação pois o propósito da ação paredista é a reintegração dos demitidos.

Conforme noticiado hoje, 24/10, pelo jornal Diário do Grande ABC, a direção dos três sindicatos que representam os trabalhadores da GM em greve, enviaram carta ao presidente Lula para que interceda no processo visando a reintegração dos demitidos.

Ainda segundo o jornal “os representantes dos sindicatos dos metalúrgicos das três cidades detalham as circunstâncias dos cortes e afirmam que eles são injustificáveis. “A montadora alega queda em suas vendas, mas registrou, ao contrário, aumento de 18,18% nas comercializações brasileiras entre abril e junho deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado”.

Áureo Santos

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