Relações diplomáticas com Israel para quê?!

Em 18 de fevereiro, na Conferência da União Africana, na Etiópia, o presidente Lula declarou: “Na Faixa de Gaza, não está acontecendo uma guerra, mas um genocídio (…) O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu: quando o Hitler resolveu matar os judeus(…). Não é uma guerra entre soldados e soldados. É uma guerra entre um Exército altamente preparado e mulheres e crianças”.

Lula tem razão! É correta a comparação da situação na Palestina ao genocídio dos judeus pelo nazismo, pois o que ali ocorre é carnificina e limpeza étnica.

Sionismo não é judaísmo, e por isso muitos judeus em todo o mundo se erguem contra o genocídio dizendo “não em nosso nome”!

Em menos de 5 meses o estado sionista de Israel matou 30 mil pessoas. 70% eram mulheres e crianças. Mais de 60 mil foram feridos. São 12 mil menores de idade mortos. 10 crianças são amputadas por dia.

Israel bombardeou 34 hospitais, 104 escolas e faculdades. Tudo isso diante dos olhos do mundo inteiro!

O governo de extrema-direita de Israel, de Benjamin Netanyahu, recusou o Cessar-fogo e declarou Lula “persona non grata”, repercutido pela histérica mídia pró Israel e pró Biden no Brasil. Celso Amorim rebateu a ofensa com altivez: “Persona non grata é Israel”. Corretíssimo.

Isolado, mas apoiado por Biden, Netanyahu não ouve, continua e ofende!

Agora vem a hora da ruptura das relações diplomáticas com Israel. É uma questão de dignidade e soberania, de justiça e paz.

Não é segredo que os mesmos deputados brasileiros de extrema-direita que apoiam a política genocida de Netanyahu mantêm relações com fascistas de outros países, o que é naturalizado.

Com Bolsonaro os negócios de compras de armas com Israel prosperaram como nunca. O alto escalão das Forças Armadas aproveitou a oportunidade.

Não surpreende que os apoiadores do genocida daqui, apoiem o “direito de defesa de Israel”, leia-se: direito a cometer genocídio lá.

Mas eles não estão sozinhos. Há poucas semanas um grupo de empresários, entre eles Luiza Trajano, da Magalu, já criticava Lula por chamar o genocídio de genocídio.

E é notável que entre aqueles que assinam o pedido de Impeachment de Lula pelo episódio estejam pelo menos 20 parlamentares de partidos da base do governo Lula.

Igualmente notável que o presidente do Senado e “aliado” Rodrigo Pacheco exija que Lula se retrate.

Essa demonstração inequívoca de que os “aliados” na burguesia pró imperialista só respondem a seus próprios interesses, deve ajudar a esclarecer que o fracasso da tentativa de golpe do genocida brasileiro não foram obtidos graças à “frente ampla”, com sua firmeza de pudim.

Na verdade, não interessava a Biden a reeleição de um trumpista no Brasil, é certo, e ele pressionou os militares contra o golpe, enviando quatro figuras de sua cúpula militar em um ano.

Mas ainda assim, a principal razão do fracasso do golpe foi o povo nas ruas desde a campanha – com destaque para as manifestações do dia 30 de outubro de 2022 na avenida Paulista e de 1° de janeiro de 2023 em Brasília – garantindo a vitória eleitoral, a posse e, assim, evitando o golpe.

Nesta semana, um líder do governo, o petista (!) Jaques Wagner criticou Lula pela “comparação” entre genocídios.

Já o candidato a prefeito de São Paulo apoiado pelo PT, Guilherme Boulos (PSOL), declarou que “não sou comentarista de Lula”, “não sou candidato a prefeito em Tel Aviv”. Mui amigos, os oportunistas!

A situação exige firmeza. A começar pelos atos contra o genocídio do povo palestino nessa semana e o próximo dia 8 de Março.

O Diálogo e Ação Petista levará às ruas, as bandeiras específicas das mulheres trabalhadoras, a exigência de punição para Bolsonaro e todos os generais golpistas e a questão da hora, como o melhor apoio que se pode dar a Lula neste momento: Solidariedade ao povo palestino! Cessar-fogo já! Ruptura de relações diplomáticas com Israel!

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