Carta O Trabalho – Santa Catarina de 26 de novembro de 2014:
No dia 18/11/2014 os membros da Esquerda Marxista renunciaram aos seus cargos no Diretório Municipal do PT em Joinville. Em um texto publicado em seu site acusam um militante e nossa organização, Corrente O Trabalho do PT, de sabotagem ao nos retirarmos da reunião para inviabilizar o quorum e, conseqüentemente, impedir a reunião.
O que realmente aconteceu na reunião do Diretório
A reunião foi instalada sob uma polêmica regimental que questionava a legitimidade política da convocação do diretório, feita por membros ligados ao CNB (“Construindo um novo Brasil”). A discussão girou em torno da posição de deliberar ou não sobre um texto apresentado pela Esquerda Marxista.
Como na discussão nenhum dos grupos apresentou elementos consistentes que comprovassem suas posições (deliberar ou não), nos abstivemos da votação junto com outros companheiros. Porém em nenhum momento nos posicionamos contra a discussão política, muito menos abandonamos a reunião. Tanto é que ficamos para votação das propostas, mesmo com a posição de abstenção.
A partir do resultado da votação, membros da CNB, se retiram da reunião alegando irregularidades. Nós permanecemos no local aguardando o encaminhamento da discussão.
Nisto, o presidente do PT Municipal (vereador Adilson Mariano, da Esquerda Marxista), encerrou a reunião alegando falta de quorum e convidou os presentes para discutir com a Esquerda Marxista o seu texto.
Somente neste momento decidimos nos retirar da reunião, ou seja, quando a mesma estava encerrada, e se transformou numa reunião de grupo político, não mais uma instancia do partido. Portanto, a acusação feita pela EM é mais uma das calúnias e mentiras deste grupo contra a corrente O Trabalho.
Nossas divergências com o grupo da Esquerda Marxista são públicas e conhecidas. Que interesse teríamos em ficar numa reunião em discussão bilateral com este grupo?
Qual a saída para organizarmos a luta política? A renúncia?
Certamente, mesmo que discordemos da política do governo quando este retoma a agenda dos derrotados (aumento de juros, nomeação de Joaquim Levy), não será com a renúncia ao Partido que mudaremos a situação.
Sabemos que o imperialismo busca de todas as formas retomar as posições perdidas no continente. A defesa das organizações construídas pela classe, e o combate por uma política de independência frente a todas as posições que tentam integrar estas organizações nos planos de ajustes de seus representantes (FMI, Banco Mundial etc.) é o único caminho para ajudar os trabalhadores, os jovens e a maioria oprimida de nosso país na luta por conquistas.
A Esquerda Marxista ao renunciar seu papel no Diretório Municipal do PT, visto que ocupava os principais postos na Executiva em Joinville (presidência, finanças, comunicação), com a conclusão política de sua nota e a chamada de uma “frente esquerda unida”, seja com militantes do PT ou de outras organizações, deserta do terreno do PT e da sua defesa, quando o partido sofre violentos ataques da reação.
Ataques iniciados com a Ação Penal 470 que continuam hoje nas denúncias sobre a Petrobrás, onde só um partido seria o responsável pelo esquema, o PT. Mais uma vez, tal como na Ação Penal 470, condena-se a “exceção” para salvar a regra do sistema político brasileiro quando, na verdade, é necessária uma verdadeira mudança que atenda as necessidades democráticas de soberania da nação, a partir do fim do financiamento empresarial de campanha, com um eleitor um voto, o voto em lista, e o fim do senado, o que só uma Constituinte Soberana que dê a palavra ao povo poderá resolver.
E não será com plataformas sem pé na realidade, mas com a análise a partir da relação de forças existentes, é que organizaremos a classe.
Ação da EM é parecida com o que fizeram no passado outros grupos que logo saíram do PT. E por quê? Pelo resultado eleitoral? Se o PT tivesse outros resultados, não o fariam? No fundo é uma decisão com base em cálculo eleitoral?
Bom, para nós, a renúncia do grupo significa a deserção do PT, no momento em que devemos cerrar fileiras para defender o partido dos ataques da reação.
De nossa parte, continuaremos o combate em defesa do PT contra todos os ataques da burguesia e do imperialismo. Dirigimos-nos aos petistas de Joinville e os membros do Diretório Municipal para organizar a recomposição do nosso diretório, que deve ter já como tarefa preparar a caravana à Brasília na posse de Dilma, para cobrar a Constituinte!
Comitê Regional Santa Catarina de O Trabalho