1º de janeiro: defender o mandato popular e exigir as mudanças!

Atender a base social que reelegeu o governo para fazer frente à ofensiva

Há três semanas da posse de Dilma, a situação no país pede uma reflexão e exige ação. A ofensiva da reação pró-imperialista em curso visa pressionar o governo reeleito a retomar, no 2º mandato, uma política contra a nação e os trabalhadores para permitir ao capital financeiro internacional abocanhar as riquezas nacionais.

O ataque contra a Petrobras ultrapassa as fronteiras nacionais. Na mira das investigações e processos jurídicos por instituições e empresas dos EUA está a apropriação do petróleo e em particular, a reversão do regime de partilha para o Pré-Sal.

A exploração do tema da corrupção pelo PSDB e seus parceiros visa atingir o PT e desmoralizar as organizações criadas pelos trabalhadores, obstáculos à sanha destruidora do imperialismo.

Há, claro, golpismo no país. Todavia, hoje, sem que as condições estejam reunidas para que um golpe se concretize, pressionam para acuar o governo e impor sua política. Mas a história não está escrita. Se não houver reação à altura, as condições podem vir a se reunir mais à frente. Até onde os reacionários serão capazes de ir é uma questão que engaja a responsabilidade da presidente reeleita e do PT, mostrando, com medidas favoráveis ao povo trabalhador que tem um governo que vale a pena defender.

Os primeiros sinais do governo reeleito acendem o alerta.

A diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, se disse “encorajada” com as declarações do recém nomeado ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que “ressaltou o compromisso do governo com a sustentabilidade fiscal e com políticas macroeconômicas equilibradas” (jornal Valor, 5/12). O mesmo FMI que em países como Grécia, Espanha e Portugal levou, com sua política da austeridade, ao desemprego e à retirada de direitos e destruição de serviços públicos.

Aqui, a Sra. Lagarde se encoraja com o anúncio de corte de gastos, com a elevação do superávit fiscal primário, política de juros altos, etc. etc. etc. para alimentar a especulação financeira que, desde 2008, jogou o mundo na crise que vivemos.

O governo reeleito deve encorajar a base social que o reelegeu e não os porta-vozes do imperialismo cuja política foi derrotada nas eleições. Para frear a ofensiva em curso é preciso uma política que atenda o anseio pelas mudanças depositado nas urnas. Isso pede a liberação dos recursos para dar serviços públicos de qualidade e os não cortes para garantir o superávit fiscal primário. Uma política que centralize o câmbio para defender a indústria nacional e recupere para a nação o que foi privatizado. Por exemplo, recuperando uma Petrobras 100% estatal, como propõe a Federação Única dos Petroleiros que responsabiliza a privatização iniciada no governo do PSDB como o fertilizante da corrupção na empresa.

A falta de reação da cúpula do PT diante dos primeiros anúncios para o 2º governo é um segundo alerta. Quanto mais ceder o governo, quanto mais o PT se calar, mais encorajados se sentirão os que querem pilhar a nação.

O Encontro Nacional do Diálogo e Ação Petista (6 e 7 de dezembro), chama para a ação. Reuniões na base prestarão contas do Encontro e organizarão a luta para o ano de 2015. “Chamamos todos a estarem junto conosco na posse de Dilma em 1º de janeiro para defender o mandato popular dado pelas urnas e cobrar do governo as mudanças necessárias, a começar pela reforma política que só uma Constituinte exclusiva e soberana pode fazer!” (Manifesto adotado).

 

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