Apoiar os trabalhadores e não o ajuste!

MUDAR DE POLÍTICA, ESSENCIAL PARA A SOBREVIVÊNCIA DO PT
O drama que se anuncia na Baixada Santista (SP), com a decisão da Usiminas de suspender a produção de setores da empresa para “dar competitividade diante do quadro de deterioração progressiva do mercado siderúrgico” vai provocar, de imediato, a perda de quatro mil empregos diretos. Está aí mais uma penosa consequência, para os trabalhadores, da política de ajuste de Levy a serviço do capital financeiro internacional.
A prefeita de Cubatão, Márcia Rosa (PT), onde está a Usiminas, afirmou que, caso esse plano se concretize, a “cidade fecha”. A prefeita e uma delegação de sindicalistas vão a Brasília pedir ao governo federal que ajude a impedir que essa tragédia ocorra, e os sindicatos de todas as centrais da região decidiram realizar uma paralisação geral em 11 de novembro para fazer a empresa recuar da decisão.
A pergunta é: Dilma pode ajudar a impedir que as demissões se concretizem se mantém a política que já jogou quase nove milhões de trabalhadores no desemprego?
Os petroleiros iniciaram uma greve nacional em defesa da Petrobras, contra a venda de ativos pela direção da empresa. Nas palavras de um dirigente da Federação Única dos Petroleiros (FUP-CUT), “certamente as ações de desinvestimento, na maior empresa brasileira, uma das maiores do mundo, a Petróleo Brasileiro S/A, tem dado uma contribuição muito forte para mergulhar o país numa crise econômica grave”.
A pergunta é: Dilma pode reverter esse plano de desmonte, mantendo no comando da economia um ministro que serve aos banqueiros e às grandes multinacionais?
Em recente declaração, Joaquim Levy deu apoio ao projeto de José Serra (PSDB), que acaba com o regime de partilha do Pré-Sal, para entregar às grandes petrolíferas estrangeiras a riqueza produzida. O mesmo Levy, que por exigência do imperialismo, pressionou diretamente pela aprovação da lei antiterrorismo, acenando com o rebaixamento das notas pelas agências de risco?
A resposta a estas perguntas está dada.
O ajuste só produz índices alarmantes para as famílias trabalhadoras: 8,7% de desempregados no 3º trimestre do ano, renda média salarial em queda, patrões acuando os trabalhadores com ameaça de desemprego, impondo, em algumas categorias, reajustes menores que a inflação, ou redução de jornada com redução de salário. Dilma não poderá defender os trabalhadores e a nação com uma política comandada pelo ministro dos banqueiros. Ou ela muda a política econômica, ou os trabalhadores, cada vez mais, não se reconhecerão no governo que elegeram.
E o PT, de que lado ficará?
Em recente reunião, aberta por discurso de Lula em defesa do ajuste, o contrário do que dissera 16 dias antes aos delegados do 12º CONCUT, o Diretório Nacional do PT adotou uma resolução sem nenhuma consequência prática na luta contra a atual política, mantendo o PT submisso ao ajuste do governo Dilma/Levy e de costas para sua base social. Nessa grave situação, ganha importância maior o Encontro Nacional de sindicalistas petistas, em 27 de novembro. “Mudar de política e de plano econômico é essencial para a sobrevivência do PT como partido dos trabalhadores”, diz a convocatória.
“Ou Dilma muda a política econômica, ou o PT deve mudar sua relação com o governo dela! ”, diz o Manifesto de Alarme do Diálogo e Ação Petistas, submetido à discussão nas reuniões de grupos de base que se engajam na luta com os trabalhadores contra a política econômica que empurra o país para precipício

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