Defender a classe trabalhadora! Vamos à luta!

Declaração do 33º Encontro Nacional da Corrente O Trabalho do Partido dos Trabalhadores, seção brasileira da 4ª Internacional

Nos dirigimos aos trabalhadores, às trabalhadoras, aos jovens, e em particular aos petistas, fazendo um chamado.

Com o golpe do impeachment e a instalação de um governo usurpador, a situação acelerada de ataque aos direitos trabalhistas, aos serviços públicos e à democracia, exige uma reação à altura de todos e todas comprometidos com os interesses dos trabalhadores e da nação.

Em nome da rapinagem do capital financeiro internacional, os golpistas querem destruir mais empregos, retirar direitos e entregar nossas riquezas às multinacionais.

As ameaças são graves, a luta é dura, mas é preciso organizá-la. Não há outro caminho para barrar essa ofensiva destruidora a não ser a ação da classe trabalhadora e da juventude, com suas organizações, para dar um basta aos golpistas e sua política.

Eles querem entregar de bandeja tudo que conquistamos em décadas de luta. Eles querem impedir que avancemos nas conquistas. É preciso dizer não! Vamos lutar!

  • É preciso impedir que a previdência seja atacada, não à contrarreforma da previdência! — Não é possível aceitar a quebra de direitos com o negociado prevalecendo sobre o legislado. Defesa da CLT, nenhuma flexibilização, não à terceirização!
  • Defesa dos serviços públicos, não ao teto de gastos para garantir o pagamento de juros aos especuladores. Abaixo a PEC 55!
  • A juventude, os filhos das classes trabalhadoras, tem o direito à escola e ao conhecimento. Retirada da Medida Provisória 746 de reforma do Ensino Médio!
  • O país precisa de bancos públicos, não à destruição do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal! — Nossas riquezas devem ser usadas em benefício do povo. É preciso rechaçar a entrega do Pré-Sal às multinacionais petrolíferas!

Lutemos para manter nossas conquistas e para conquistar novas

Em primeiro lugar, é urgente a luta por Fora Temer.

Uma luta para derrotar as oligarquias que infestam as instituições patrocinadoras do golpe para bloquear a conquista de um Brasil soberano.

Constituinte Soberana que reforme o sistema político para avançar nas reformas estruturais em benefício da maioria do povo brasileiro:

  • Reforma Agrária: terra para quem nela trabalha!
  • Controle pela nação de nossas riquezas: reestatização das empresas entregues ao capital privado!
  • Reforma tributária, para acabar com a perversa política que penaliza os assalariados e beneficia as grandes fortunas!
  • Fim do superávit fiscal primário e da política do ajuste fiscal que desvia recursos para os especuladores, em detrimento do povo e da nação.

Por essa plataforma, o PT e a CUT devem engajar a luta com a maioria oprimida para barrar a ofensiva destruidora.

Companheiros e Companheiras,

Em todo mundo a crise do capitalismo gera incertezas. Mas, aconteça o que acontecer, para os trabalhadores e os povos que buscam resistir contra a ganância do capital financeiro, a única saída é prosseguir a luta. Ao contrário do que se alardeia, não há processo de “endireitamento” do povo. Numa situação difícil, os trabalhadores buscam se defender e estão ressabiados.

Foi o que ficou demonstrado nas eleições municipais desse ano, com a maré de abstenção, nulos e brancos.

Nós compreendemos os motivos dos 10 milhões que deixaram de votar no PT, mas não deram voto a nenhum outro partido, abstiveram-se ou votaram nulo e branco. Entendemos os motivos, mas fazemos um alerta: o desaparecimento ou a desagregação do PT vai deixar a classe trabalhadora ainda mais desguarnecida de instrumentos para se defender e defender a nação, diante da guerra movida pelo imperialismo.

A classe trabalhadora que na sua luta contra a ditadura militar foi capaz de construir seu próprio partido, uma de suas mais importantes conquistas nas últimas décadas, será capaz de reconstruí-lo.

Os erros cometidos – que não são os propagados pela mídia, pelos falsos moralistas e fraudulentas operações de combate à corrupção – e que levaram milhões a sancionar o PT, não podem ser repetidos! Não há como conciliar os interesses dos exploradores, os banqueiros, empresários, e latifundiários com os interesses dos trabalhadores e dos setores explorados e oprimidos da cidade e do campo.

Nos dirigimos em particular aos petistas, chamando a nos somarmos na preparação do 6º Congresso, com o compromisso de luta pela Reconstrução do PT! Para o PT de volta para a classe trabalhadora, como disse o Manifesto assinado por 400 sindicalistas petistas da CUT.

Desde já, esse é o compromisso dos companheiros e companheiras do Diálogo e Ação Petista que se propõem a “agir como o PT agia”, em benefício dos explorados e oprimidos do nosso país. Hoje, frente ao governo golpista e ao avanço de um estado de exceção por um Judiciário podre, comprometido com os interesses anti-povo e anti-nação, vamos à luta em defesa dos direitos trabalhistas, das organizações construídas pelos trabalhadores, e da nação.

Fora Temer!  Nenhum direito a menos!

20 de novembro de 2016

33º Encontro Nacional da Corrente O Trabalho, Seção brasileira da 4ª Internacional

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