Na cidade e no campo, a luta se espraia e se enraíza
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu adiar o julgamento da ação movida pelo PSDB, contra a chapa Dilma-Temer, pois isso poderia abalar ainda mais o já abalado governo golpista. A grande imprensa registra: “O adiamento da decisão acalmou os investidores, a Bolsa subiu e o dólar caiu. ” Reação que escancara que o governo só sobrevive apoiado em manobras, maracutaias e golpes das podres instituições, Judiciário e Congresso Nacional, a serviço do capital financeiro.
Nessas condições Temer, que é o que tem o imperialismo até o momento, aos trancos e barrancos tenta avançar na política encomendada pelos seus patrões em Washington. Mas, depois do 15 de março uma muralha começa a se erguer no seu caminho. Daí o nervosismo nas cúpulas golpistas e no mercado.
A entrada em cena da classe trabalhadora, que se confirmou no dia 31 de março, na preparação da greve geral de 28 de abril, abriu a porta para derrotar os saqueadores dos direitos dos trabalhadores e da soberania nacional.
A luta contra o desmonte da Previdência e dos direitos trabalhistas se espraia e se enraíza. Nos debates em bairros, assembleias e plenárias de trabalhadores, paróquias, no campo, em manifestações espontâneas, é o tema da hora.
Com seu próprio método de luta, e suas organizações, a classe trabalhadora pode abrir a via para avançar a luta em defesa dos interesses da maioria oprimida da nação.
Nas próximas três semanas tudo se concentra em preparar o dia 28 de abril, não como um dia de manifestações e paralisação, mas como uma greve geral que pare o pais.
As condições para isso amadurecem e nelas se apóia o calendário decidido pela CUT- alimentado pela crise das instituições golpistas – que prevê assembleias de base nos sindicatos e a constituição de comandos municipais e regionais da greve geral.
Enquanto no Brasil se prepara o dia 28, nos países vizinhos, os trabalhadores também ocupam a cena.
Em 26 de março dois milhões de chilenos saíram às ruas para recuperar a Previdência pública, confiscada há 36 anos pela ditadura militar.
No Equador a maioria deu a vitória a Lenin Moreno, “para evitar que o país seja saqueado pelo imperialismo”, nas palavras de um trabalhador.
A Venezuela resiste contra as investidas do imperialismo que se apoia em governos títeres do continente, como o golpista governo brasileiro.
Na Argentina, nesse 6 de abril ocorre uma greve geral, convocada sob o impulso das mobilizações que marcaram o pais no mês de março.
Resistências no continente que expressam, cada uma de forma particular, a resistência dos trabalhadores em todo o mundo contra os planos de destruição do capital.
Esse movimento no qual os trabalhadores e os povos buscam se defender estará no centro da Conferência Mundial Aberta, em outubro na cidade de Argel, Argélia (ver pag. 10), para ajudar a avançar a luta.
Nesse alvissareiro cenário de retomada da iniciativa da classe trabalhadora, no Brasil o PT deve, rumo ao 6º Congresso, entender o recado, livrar-se da política que buscou conciliar os irreconciliáveis interesses do trabalho com o capital e se reconstruir como um instrumento de luta da classe trabalhadora.
É o que propõem as chapas “Unidade pela Reconstrução do PT”, que disputam o PED e estão empenhadas em fazer no 28 de abril a greve geral por nenhum direito a menos, Fora Temer!