Para evitar aglomerações em função do contágio pelo coronavírus, a jornada de greves e paralisações de 18 de março, desdobrou-se em ações sindicais em unidades do serviço público, em particular da saúde.
A irresponsabilidade do governo Bolsonaro diante da crise sanitária empurrou estados e municípios a tomar medidas de prevenção: prefeitos e governadores decretaram estado de emergência, equipamentos públicos foram fechados, adotando-se o teletrabalho, redes de educação também. Assim os sindicatos orientaram manter as greves e paralisações previstas ficando em casa.
Em Minas Gerais, os professores, que já estavam em greve, reforçaram o dia 18. Em Juiz de Fora, com a rede municipal em greve, o prefeito cancelou as aulas. Em Florianópolis, os servidores municipais haviam deliberado greve a partir de 16 de março, como o prefeito decretou estado de emergência, a categoria decidiu adiá-la, participando através do Sintrasem de ações no dia 18.
No Paraná, a secretaria de Educação do governo Ratinho determinou que as escolas estaduais fossem reabertas em 20 de março. “Essa medida é um absurdo. O governador acaba de editar um decreto com medidas de prevenção e, na contramão, estabelece que as escolas permaneçam abertas, expondo diretores, funcionários e a própria comunidade à doença”, respondeu Nádia Brixner, APP-Sindicato.
Em São Paulo, em vários bairros, houve ações diante dos hospitais do servidor público municipal e do servidor público estadual e Sucen (Controle de Endemias), onde os trabalhadores estão em assembleia permanente. O Sindsep (sindicato dos municipais) fez aula pública na Covisa (Vigilância em Saúde), com Juliana Salles, do sindicato dos Médicos e executiva da CUT-SP, que além de alertar sobre os cuidados necessários, denunciou o corte e congelamento de gastos da EC 95 por 20 anos, como um fator que piora o combate à epidemia, colocando a necessidade de sua revogação.
“Barulhaço” se amplia em todo o país
Os gritos de “Acabou Bolsonaro”, “Fora Bolsonaro”, “Já deu, governo de milicianos”, acompanhados de “panelaços” nas janelas e sacadas de prédios, começaram a tomar conta de várias capitais e cidades, desde a hora da coletiva do presidente e seus ministros “fantasiados” com máscaras na tarde do dia 18, prolongando o que já havia ocorrido na véspera.
O pico do “barulhaço” ocorreu à noite (20h30), atingindo inclusive periferias, e foi registrado com destaque por jornalões e pela Globo, mostrando a revolta que cresce contra um governo que é um obstáculo para se combater a epidemia. Essa forma de protesto, na impossibilidade de atos de massa nas ruas, certamente vai continuar.