Não falta assunto que desqualifique o atual governo.
O escândalo do laranjal no PSL do presidente. Os assessores ligados à milicianos ou milicianos mesmo, como o vizinho no condomínio da família presidencial, preso como o assassino de Marielle e Anderson. Um presidente com desinteria mental vomitada em tuites, os ministros sinistros…
Não faltam também ataques à democracia, como o discurso que só a teremos se as Forças Armadas quiserem.
Mas, a cada ato desastroso de Bolsonaro, seus familiares e sua turma, estão aí os ativos generais no governo e o Judiciário para dar proteção. Precisam preservá-lo até que faça o principal.
Não faltam também ataques aos trabalhadores e serviços públicos. Contra os sindicatos o governo editou uma Medida Provisória que dificulta a contribuição mensal do trabalhador. Contra a educação, acaba de baixar um decreto eliminando mais de 21 mil funções gratificadas e cargos em instituições de ensino federais, ameaçando seu funcionamento.
E, contra a soberania nacional, Bolsonaro vai bater continência a Trump e lhe entregar a Base Espacial de Alcântara e a Embraer, e seguir seu papel de fantoche na operação contra o povo venezuelano.
A grande mídia que ajudou a eleger Bolsonaro, com a perseguição a Lula e ao PT, agora posa de ruborizada. Na verdade, ela, e o capital financeiro, estão preocupados que a turbulência nos dois meses de governo, provocada pela turma do capitão, ponha em risco o principal: a reforma (destruição) da Previdência.
Pois podem ficar mesmo preocupados! Haverá uma guerra social contra a destruição da Previdência.
A RESPOSTA AO PROJETO DO GOVERNO É NÃO, NÃO E NÃO!
Já no carnaval não apareceu ninguém para defender Bolsonaro, e sobrou gente para desqualificá-lo.
Sinais de resistência, que não aparecem na grande mídia, que trazemos nesta edição, são dados pelos trabalhadores.
Os servidores municipais de São Paulo sustentaram por 33 dias uma greve contra o ataque à Previdência municipal. Suspenderam o movimento, mas a disposição de luta existe e pode ser retomada, com o conjunto dos trabalhadores, contra a reforma do governo federal.
Sinais de resistência vêm também dos trabalhadores da Ford, ameaçados com o fechamento de postos de trabalho.
No dia 8 de março, dia de luta da mulher trabalhadora, em atos de norte a sul, a defesa da Previdência foi a questão central.
Agora, a CUT e demais centrais sindicais preparam, para 22 de março, um dia nacional de luta contra a reforma de Bolsonaro. É hora de um diálogo com os trabalhadores na base de todas as categorias, inclusive com os que, confundidos pela mídia, acharam que Bolsonaro era a salvação. E organizar a luta que deve marcar todo o semestre.
A defesa da Previdência, cuja destruição é o prato principal que Bolsonaro tem que oferecer à especulação financeira, é o centro do combate para o conjunto da classe trabalhadora.
Por isso, a resposta que as organizações dos trabalhadores, a começar pelo PT, estão chamadas a dar à proposta do governo é não, não e não! Nem “substitutivo para dialogar”, nem emendar para “melhorar” e, sim, através de uma ampla mobilização, tirar o assunto da pauta.
O sonoro e organizado Não! à destruição da Previdência é a chave para abrir a porta e forjar uma nova correlação de forças capaz de reverter a dramática situação do país, a começar pela libertação de Lula, feito prisioneiro para que esta situação de ataques à nação e aos trabalhadores, pudesse se instalar.