A resistência no mundo avança

O capitalismo traz consigo a guerra e o genocídio, a miséria e a fome, a opressão, o aprisionamento e a divisão dos povos. É o que tem a oferecer à maioria da humanidade.

O governo de Donald Trump nos EUA – o principal imperialismo do mundo – mostra a terrível face desse sistema. Internamente reprime o próprio povo e persegue imigrantes com o ICE (serviço de imigração), que vai ganhando contornos cada vez mais de milícia fascista. Intervém em países na América – como no Brasil – e amplia suas ameaças militares à Venezuela. No fechamento dessa edição Trump autorizou ações clandestinas da Agência Central de Inteligência (CIA) dentro da Venezuela. A diretiva também permite à CIA realizar operações letais no território sul-americano!

Seu “plano de paz” para a Palestina não passa de um projeto de tutela militar estrangeira. É um plano abjeto que visa criar uma administração de caráter colonial sob a faixa de Gaza, com o vergonhoso apoio de diversos países árabes, que continuaria o extermínio de seu povo ampliando a segregação. Não tardou em reaparecerem projetos da indústria da construção para criar uma ‘Riviera’ em Gaza, sobre escombros e dezenas de milhares de cadáveres.

Na guerra da Ucrânia, estima-se em 300 mil o número de mortos mais outras dezenas de milhares de incapacitados.

Mas a resistência segue se expressando.

Desde dentro do império – por democracia, pela causa dos imigrantes e por direitos – e por vários cantos do mundo. A solidariedade ao povo palestino, com multidões e greves – como duas vezes na Itália – foram pontos nevrálgicos para levar ao cessar-fogo que está em vigor em Gaza.

Na Rússia, as pesquisas mostram que três quartos da população querem negociações imediatas e o fim da carnificina na Ucrânia. Só no primeiro semestre deste ano, a Ucrânia já registrou 125 mil casos de deserção.

Nesta edição trouxemos aos leitores uma cobertura especial de duas iniciativas internacionais, que foram verdadeiros chamados à luta e a ruptura com o sistema.

Uma delas foi a Conferência Continental pelo Direito a Migrar, ocorrida no México no final de setembro (ver págs. 10, 11 e 12). O direito a migrar é uma das bandeiras mais antigas do movimento operário. É uma confrontação ao fato de que o capital é livre sobre as fronteiras nacionais, mas os trabalhadores não. Esses, muitas vezes, são prisioneiros delas. Frequentemente encarcerados. A atividade no México apontou, como continuidade, para uma Jornada Continental em março de 2026.

A segunda iniciativa foi uma conferência, seguida do Comício de Paris – em 4 e 5 de outubro – com o mote “Nem um centavo, nem uma arma, nem uma vida humana para a guerra!” (Págs. 7, 8 e 9). Nos dois dias participantes de 18 países europeus, mais EUA e Palestina, estiveram em um ambiente com ares de muito entusiasmo.

Como disse um dos oradores no Comício de Paris, e que se aplica muito bem à conjuntura de hoje, trata-se de “Uma luta daqueles que erguem muros e daqueles que os derrubam”.

Boa leitura!

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