Dia 11 de fevereiro de 2011: o ditador Mubarak renuncia, no dia seguinte à declaração de que não deixaria o poder.
Articulações dos emissários dos EUA, anúncios da CIA, muita agitação nas cúpulas do imperialismo. Mas foi a determinação das massas, que ameaçavam tomar o Palácio do governo, as greves que se generalizavam, a simpatia e adesão de setores do baixo oficialato, que impuseram, em menos de 24 horas depois do pronunciamento, a queda do ditador.
De 25 de janeiro: quando começaram as mobilizações, a 11 de fevereiro, quando Mubarak foi derrubado, os trabalhadores de todo o mundo viram, depois da Tunísia de 17 de dezembro a 14 de janeiro, do que são capazes as massas oprimidas, quando decidem, pela sua ação, varrer o regime que as oprime.
Para os que proclamam que luta de classes e a revolução proletária são “coisas do passado”, 104 anos depois da Rússia e 37 anos depois de Portugal, para ficar em dois fatos históricos, aí está a “velha toupeira”, como dizia Marx, saindo da toca, fazendo o seu trabalho. Tunísia e Egito nada têm de um “fenômeno próprio ao mundo árabe”, são os pontos mais elevados de um mesmo processo, no qual as maiorias oprimidas, em todos os países, embora de forma desigual, buscam defender-se da ofensiva destruidora do imperialismo em crise.
O empobrecimento da população egípcia, o desemprego, a pilhagem do país com as privatizações, resultado dos planos do FMI aplicados com mão de ferro por Mubarak, eis a situação que o movimento revolucionário resolveu varrer, junto com o regime.
A revolução prossegue. Continuam as greves por melhores condições de trabalho e vida, os trabalhadores não acatam o chamado de “volta à ordem” feito pelo Exército.
As pressões para confiscá-la são enormes. O ditador caiu, mas o regime não foi enterrado. O Exército, no comando do governo, mantém ministros nomeados por Mubarak, o estado de emergência não foi revogado, uma “comissão de juristas” foi nomeada para emendar a atual Constituição, a palavra não foi dada ao povo através de uma Constituinte soberana.
18 dias que abalaram a ordem imperialista na região, o governo dos Estados Unidos age para preservar o regime, seu principal pilar de sustentação, no Oriente Médio, do Estado sionista de Israel. O movimento revolucionário das massas egípcias abalou a ordem mundial que oprime os palestinos e, no nosso continente, o povo do Haiti.
Todos que lutam luta pela emancipação dos trabalhadores, e não aceitam que só resta acompanhar os planos da agonia capitalista, reivindicam: a vitória das massas egípcias é nossa vitória. O Egito e a Tunísia demonstram que as instituições do capitalismo não são inabaláveis e a revolução proletária segue na ordem do dia.
Muitos se candidatam a saudar o movimento revolucionário no Egito. A verdadeira saudação é, em nossos países, ajudar a luta da classe contra a exploração e opressão. A luta pela conquista de nossa soberania contra a política do imperialismo, pela reforma agrária, por serviços públicos de qualidade, pela reconquista de direitos retirados e novos direitos.
Com esse compromisso, a Corrente O Trabalho do PT convida os trabalhadores, jovens e militantes para as reuniões debate “Revolução no Egito e na Tunísia”.
Viva a luta internacional dos trabalhadores!