Amigos do Exército?

No dia 18 de agosto, no Boletim do Exército, o Comandante Tomás Paiva, ordenou a criação da Associação Amigos do Exército. Essa ordem, que funciona como um decreto interno ao exército, instituiu um grupo de trabalho, composto por coronéis e generais, responsáveis por criar a Associação e garantir uma série de avanços para a instituição. Entre as melhorias perseguidas, estão: aumentar as verbas da instituição através de emendas parlamentares e parcerias com ministérios, entre outros; aumentar os soldos dos militares da ativa; aumentar os benefícios das famílias do exército – a chamada Família Militar – como serviços de saúde e colégios militares, entre outros e – claro – traçar iniciativas para recuperar a imagem da instituição.

Outras tarefas atribuídas à Associação são apresentadas, das mais pequenas a outras, dignas de atenção: aumentar o convívio com ex-alunos dos colégios militares, pensionistas e veteranos, buscando estimular o contato com a Família Militar, e até acompanhar a tramitação do arcabouço fiscal de Lula!

Reputação decadente

A crescente preocupação do comando militar com a imagem e reputação do exército perante o povo brasileiro não é infundada. De fato, em pesquisa realizada pela Quest em dezembro de 2022 e em agosto de 2023, a confiança dos brasileiros no exército caiu consideravelmente: os que confiam muito na instituição foram de 44% em dezembro para 33% em agosto; somando os que confiam pouco com os que não confiam, eram 54% em janeiro e são 64% em agosto. 

Também, pudera. A sustentação e o envolvimento direto no governo de um genocida. Os acampamentos na porta dos quartéis, os atos antidemocráticos do oito de janeiro, as denúncias de escândalos de venda de joias, o general envolvido com o tráfico, o General Braga Netto sob investigação de fraude com a mesma empresa acusada de colaborar no assassinato do ex presidente do Haiti. Fora os velhos escândalos da picanha, do viagra, e do leite condensado. O povo brasileiro está vendo.

Mas eles não querem largar o osso. Querem proteger os seus. Querem evitar que algum general da ativa seja preso. Querem continuar exercendo a tutela militar. Essa intromissão política escandalosa de uma força armada que deveria estar submetida ao controle civil, não deveria ser aceita pelo governo Lula.

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