As eleições são um terreno de luta pelos direitos

No dia 31 de agosto, representantes de cerca de 70 entidades sindicais se reuniram para debater a continuidade da batalha, iniciada na Marcha a Brasília de maio, em torno das revogações das reformas trabalhista, da Previdência e da lei das terceirizações (ver pág. 7). A reunião decidiu formar uma coordenação e impulsionar um manifesto de mil sindicalistas para ser entregue em novembro aos três poderes.

Um metalúrgico presente na atividade tocou em um ponto em sua intervenção: “Lula foi eleito pelos trabalhadores com essa esperança, isso foi alimentado também, de um compromisso de rever essas contrarreformas”. É verdade. Sua eleição concentrou essa esperança. Mas é comum se escutar a pergunta, legítima, entre trabalhadores, de se é possível fazê-lo e como travar essa luta.

É evidente a quem quiser ver que existem obstáculos. As instituições do país os concentram. Os poderes, em grau de podridão avançado, criam alguns muros. O Congresso, que se apóia no clientelismo das emendas parlamentares, torna-se cada vez mais reacionário. O Judiciário, que não tem nenhum mecanismo de controle democrático pelo povo, se arvora com a sua cúpula, o STF, a literalmente legislar contra o povo, aos invés de defender as conquistas democráticas e sociais inscritas nas legislação. E ainda há os milicos, um poder de fato, que nunca foram punidos pelos seus largos crimes à nação e seguem tutelando a República.

Mas seriam esses muros intransponíveis?

Não. Primeiro porque o poder Executivo, hoje, está nas mãos do maior líder popular do país, eleito por uma força monumental contra tudo e todos. Então, deveria ocupar o seu lugar na mobilização do povo contra essas forças e não se afundar na conciliação – como no caso das emendas parlamentares ao orçamento. Segundo, porque a força do povo organizado é maior do que qualquer muro. Cabe, portanto, às organizações e lideranças que falam em nome dos trabalhadores e do povo também ocuparem seus postos.

De qualquer forma, o único caminho é ligar as duas batalhas, pois uma alimenta a outra: a luta pelas revogações e pelos direitos e o questionamento dos podres poderes. Não há outra maneira. É possível, e quanto antes a batalha ganhar corpo, melhor.

Assim deve ser nas eleições, tarefa central das próximas três semanas, na batalha pelo voto PT e pelas demandas do povo.

Ainda pipocam pelo país candidatos que surfam em um discurso pretensamente “antissistema”, e galvanizam setores do eleitorado. Entre outros, é o caso de Pablo Marçal em São Paulo.

Por que o conseguem?

Primeiro, porque há uma frustração de expectativas. Entra ano, sai ano, e o essencial dos problemas continua, mesmo com Lula. Mas há uma vontade, às vezes implícita, às vezes explícita, de rechaçar “tudo que está aí”, “o sistema”. Vontade essa que é manipulada pelo discurso de muitos falsários. “Tudo que está aí”, o poder, são as podres instituições, que bloqueiam os direitos e as demandas populares.

Nessas eleições o voto no PT, com base em pontos práticos de interesse popular, é o que pode diferenciar da demagogia dos políticos picaretas da direita e da extrema direita.

De nossa parte, até 6 de outubro, no combate olho no olho, junto aos candidatos do PT que apoiamos, aos companheiros do Diálogo e Ação Petista e outros, trilharemos esse caminho.

À luta, voto no 13!

Artigos relacionados

Últimas

Mais lidas