As vísceras da República expostas

A Operação Lava Jato de Curitiba acabou. Uma decisão da 2ª Turma do STF garantiu a Lula acesso a arquivos da Operação Spoofing. Mas depois de mais de uma década de perseguição ao PT, ninguém foi punido, apesar das novas e escandalosas informações do trabalho ilegal conjunto de juízes e promotores.

Hipócritas, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) agiram como se não fossem responsáveis pela proteção de Moro, Dallagnol e outros. O juiz Gilmar Mendes, bateu o recorde: “ingênuos, fomos todos manipulados por Curitiba”. Esta é a Justiça!

As mesas da Câmara e do Senado foram eleitas com a repetição escancarada do toma-lá-dá-cá. Ali vige um mercado de parlamentares que envolve o PT (e o PSOL), e não um parlamento de partidos. Sequer se viu uma Oposição disputar. Os blocos regulamentados são mera cobertura de acertos de voto na maioria individuais, onde as traições campeiam pilotadas pela ambição ou pior.

“Sob nova direção”, as primeiras votações em plenário aprofundam a velha destruição. Este é o Congresso Nacional!

O presidente Bolsonaro, sentindo o chão na tibieza da Oposição, num novo surto de bonapartismo avança a militarização do regime. Nomeou mais generais, paparicou a soldadesca militar, e editou 4 decretos flexibilizando o porte de armas que não tiveram resposta à altura, apenas muxoxo.

Muito menos do general Villas Boas, líder da força que teria o “monopólio da violência” (as armas). Falando em nome da cúpula do Exército se deu ao luxo de provocar e ironizar os ministros do STF que – 3 anos depois! – não admitem a “pressão inaceitável” do seu tuite que, de fato, disciplinou o STF para manter Lula preso fora do pleito de 2018.

O tranquilo ministro do Exército, general Fernando Azevedo, era o “assessor” do então presidente do STF, Tóffoli, exercendo a tutela militar prescrita pelo art. 142 da Constituição, que lhe atribui “a defesa da lei e da ordem”.

Esta é a “democracia” brasileira!

Aquela em que o ministro da Justiça processa o cartunista Aroeira pela Lei de Segurança Nacional da ditadura, devido a uma charge onde Bolsonaro pinta de preto as pontas da cruz vermelha, símbolo dos hospitais, como uma cruz gamada, a suástica nazista.

É preciso abolir a LSN e a ruptura democrática com esta Constituição, esta ordem injusta e infame, através de uma Assembleia Constituinte Soberana onde o povo recupere direitos sociais e nacionais, e possa viver em paz, com justiça e soberania.

Esta LSN foi usada para prender o deputado da extrema-direita digno de asco, pelo STF contra um crime de “subversão da ordem” em “defesa da Constituição”. E o foi sob os aplausos entusiasmados da Oposição de esquerda.

Oposição!?

Markus Sokol

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