O golpe não passará! É hora de avançar a luta! – Carta de O Trabalho, 18 de abril

É tempo de preparar uma paralisação contra o golpe e pelos direitos

Os 367 picaretas do PMDB, PSDB, DEM, PP, PSD, PPS etc. disseram a que vieram – é o Congresso da República, uma coleção de corruptos, indiciados ou acusados, vendilhões da pátria e torturadores eleitos pelas empreiteiras, uma vergonha nacional!

Os picaretas votaram enquadrados pelo Judiciário: pela Lava Jato, pelos procuradores e o STF e monitorados pela grande mídia. Votaram um impeachment sem crime de responsabilidade, portanto, um golpe contra a soberania popular.

Comandados por Cunha, esperam assim se safar.

Seu voto foi antecipado pela alta da bolsa e a queda do dólar. Na véspera, o FMI decretou “o colapso da confiança no país” (jornal O Estado de São Paulo, 16.04.16). O impeachment é a vontade do capital financeiro internacional, determinado a aplicar o programa de ajuste da “ponte para o futuro” do PDMB-PSDB.

Foi ele – através de Itaú, Fiesp, Firjan, CNI, CNA, CNT etc. – quem pagou a conta e fabricou os coxinhas para dar-lhes a cobertura de uma “base social”. É ele quem alimenta o ódio contra o PT, as organizações e movimentos populares. Foi ele enfim, quem levantou o braço dos 367 picaretas!

A história não os perdoará. Ninguém esquecerá os esquerdistas e vacilões, do lado errado da barricada.

Mas não acabou! 

Porque o povo trabalhador, com suas organizações, não aceitará a consumação do golpe.

Até o voto da admissibilidade do impeachment no Senado, próxima etapa do golpe institucional no mês que vem, há tempo para denunciar, discutir e mobilizar o povo, tempo para os trabalhadores fazerem valer a sua força.

É hora de discutir em assembleias e reuniões cada sindicato, em cada bairro, cada igreja e família, torcida organizada, em cada rincão do campo e da cidade; nada é mais importante porque é do futuro da nação que se trata.

É hora de um movimento de “paralisações, atos e ocupações”, como dizem as Frente Brasil Popular e Povo se Medo, que prepare uma grande paralisação nacional, uma greve geral contra o golpe e em defesa dos direitos.

A responsabilidade de organizá-la é da direção das entidades sindicais e populares, da CUT e outras centrais, do PT e outros partidos, da UNE, do MST, da CMP, do MTST e das Frentes formadas, com apoio, inclusive, dos setores democráticos e da cultura nacional. As condições podem ser reunidas, se todos trabalharem com afinco para evitar o pior.

O povo não quer o caos. Mas se insistirem no golpe, o sinistro Temer – que como presidente da Câmara engavetou o projeto das 40 horas, que como vice sabotou a Constituinte da reforma política que Dilma propôs em junho de 2013, e deu no que deu! Esse homem não governará. O povo não reconhecerá um governo ilegítimo produto de um golpe.

A hora é agora!

Os Comitês Contra o Golpe que já começaram a se formar, tem agora que cobrir o país para ajudar a levantar e organizar a força que vai derrotar o golpe.

Dilma é presidente, deve adotar medidas urgentes indicando a todo o povo o que está em jogo: deve derrubar os juros, usar as reservas para criar empregos, incrementar os programas sociais, a reforma agrária e o programa Minha Casa Minha Vida, como propõe o “programa de emergência” do PT, para começar a tirar o país da submissão ao capital financeiro internacional.

Chega de ajuste fiscal, na versão Levy ou na versão Barbosa.

É impossível união nacional ou pacto, mesmo provisório, com quem quer vender o Pré-sal, reduzir os direitos e destruir nossas organizações. Chega de correr atrás de quem não quer saber do povo. A união necessária é a de todos os setores políticos e sociais que estão contra o golpe, que votaram contra o impeachment.

Nenhuma confiança no Judiciário que manobra contra o povo e, no Brasil, sempre serviu à elite.

O 1º de Maio é o dia da “Assembleia Nacional da Classe Trabalhadora”, já convocada pelas nossas organizações, a próxima grande manifestação nacional. Até lá vamos mobilizar o povo, por medidas urgentes para povo, pela reforma política que só uma Constituinte pode fazer.

A corrente O TRABALHO, seção brasileira da IV Internacional, entrou nesta luta consciente do que está em jogo. Em todo mundo, as demais seções se engajaram junto com o Acordo Internacional dos Trabalhadores em atos e delegações a embaixadas solidárias contra o golpe – o nosso destino é parte do destino dos povos.

No Brasil, a Corrente O Trabalho convoca os seus militantes a discutir nos próximos dias, tirar o balanço dos erros – a adaptação às instituições apodrecidas, com a política de alianças sem porteira – e também dos vários acertos, das responsabilidades de quem as tem.

Mas sobretudo, convidamos todos petistas a se agrupar juntos no Diálogo e Ação Petista para agirmos como o PT agia, junto com outros milhares de petistas, inclusive quadros e dirigentes do PT, para recuperar atrasos e superar toda hesitação. É necessário e é possível.

O tempo é curto, por isso não há um minuto a perder!

www.otrabalho.org.br

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