Na reta final de sua preparação, a greve geral de 24 horas em 14 de junho – convocada pela CUT e as demais centrais, com apoio das frentes Brasil Popular e Povo sem Medo – vem esquentando e ganhando adesões em todas as categorias e ramos de atividade econômica do país.
As mobilizações de 15 e 30 de maio (ver pág.6), com protagonismo dos estudantes e trabalhadores da educação, foram momentos importantes de preparação da greve geral para barrar a PEC 06 da “Nova Previdência” de Bolsonaro/Guedes. Em todas as manifestações o 14 de junho foi convocado e a recepção à proposta de “parar tudo” nessa data foi calorosa.
As condições se reunem para tornar realidade uma grande greve geral que encoste o governo Bolsonaro na parede e ajude a barrar a destruição da Previdência Pública e Solidária, exigida pelo “mercado”, com apoio da grande mídia, para atender aos interesses dos banqueiros e especuladores.
Um movimento do conjunto da classe trabalhadora contra o governo Bolsonaro já em seus primeiros meses de mandato, integrando a defesa da Educação e a luta contra as privatizações ao redor do eixo de defesa da Previdência, certamente vai colocar a luta de classes num patamar superior. A hora é agora!
Assembleias votam a paralisação
Refletindo o mal estar do povo diante da situação de paralisia econômica e desemprego e também uma ampla rejeição aos cortes do governo Bolsonaro na Educação, Saúde e serviços públicos, ao mesmo tempo que adota medidas de proteção aos interesses de latifundiários, banqueiros e capitalistas, já foram realizadas assembleias nas mais diferentes categorias que votaram a favor da greve geral em 14 de junho.
A grande greve geral realizada na vizinha Argentina pelas centrais sindicais em 29 de maio, a quinta contra a política do governo Macri – que recebe Bolsonaro em 6 de junho, diante de um protesto organizado pelos “hermanos” – impactou de forma positiva o ânimo dos sindicalistas e movimentos populares que preparam a greve geral no Brasil.
Muitas assembleias nos locais de trabalho ou nos sindicatos já votaram pela paralisação total do trabalho em 14 de junho. Desde os trabalhadores da Comcap (limpeza urbana) em Florianópolis até os metalúrgicos da Volks e outras fábricas do ABC paulista (fotos), passando pelos trabalhadores nos transportes em várias capitais, químicos, petroleiros, trabalhadores da construção civil, bancários e professores de todos os níveis de ensino. Outros tantos vão se somar ao movimento nos próximos dias que antecedem a greve geral.
Plenárias convocadas em conjunto pela CUT e demais centrais já ocorreram no Rio, Porto Alegre e São Paulo e estão previstas para todas as capitais para organizar a paralisação, que foi encampada também por entidades estudantis.
O grito de “greve geral” ecoa na Câmara
Em 5 de junho, no auditório Nereu Ramos em Brasília, em plena Câmara dos Deputados onde tramita a PEC 06 (“Nova Previdência”), ecoou o grito “greve geral” ao final da plenária nacional dos trabalhadores nos transportes (terrestres, aéreos e marítimos).
Dirigentes das centrais sindicais, em 4 de junho, reuniram-se com as entidades partidos e movimentos das frentes Brasil Popular e Povo sem Medo no auditório do sindicato dos químicos de São Paulo, quando foram adotadas medidas de mobilização para garantir a mais ampla adesão à greve geral: coleta de assinaturas no abaixo-assinado dirigido aos parlamentares exigindo o voto Não à PEC 06, panfletagens e diálogo com a população.
Para o dia 14 de junho – depois de deflagrada a greve nas primeiras horas do dia nos locais de trabalho e estudo – estão previstas concentrações de massa nas capitais e principais cidades de cada estado no período da tarde e início da noite.
O Brasil vai parar em 14 de junho, em defesa da Previdência Pública e Solidária, contra a PEC 06 e o governo Bolsonaro!
Julio Turra