“Comitê gestor” com Bolsonaro, não!

21 governadores querem a Oposição num Pacto Nacional com o governo

O novo líder do PT na Câmara, deputado Bohn-Gass, frente à escalada da pandemia e ao desgoverno propôs a “criação urgente de um Gabinete Nacional de Crise envolvendo o governo federal, governadores, prefeitos, o Congresso Nacional e o Judiciário para conduzir as ações”. A proposta dita de “união nacional” no site (28/02), é questionada por vários membros do Diretório Nacional. Markus Sokol, do DAP, argumentou que é “inaceitável anular o PT como Oposição”, integrando nossos governadores e prefeitos, além das bancadas no Congresso, a um ‘Gabinete de crise’ com o governo federal; extrapola a orientação do partido contra o governo Bolsonaro (Fim, Fora etc.)”. Dois dias depois, a proposta é retirada na bancada.

Mas, a Executiva Nacional reunida em 5 de março ouve o convidado Tarso Genro, ex-governador, retomar uma ideia parecida face à pandemia (“tempo de guerra”), propondo “um programa, se ainda não um governo de Salvação Nacional”. Sem muita simpatia fora de um pequeno círculo, a questão não consta da Resolução de Conjuntura.

Então, dia 10 de março, o Jornal Nacional da Globo, anuncia que Wellington Dias (PT), governador do Piauí, em nome de 21 governadores – de Dória (PSDB-SP) a Zema (Novo-MG) – propõe um Pacto Nacional Pela Vida e a Saúde, “Pacto que deve ser dirigido por um Comitê Gestor com a participação dos três poderes e de todos os níveis da Federação, além da assessoria de um Comitê de especialistas”. Portanto, parecido à proposta de Bohn Gass.

Nem mais um dia para Bolsonaro!
Horas antes, Lula na sua fala disse que “a primeira coisa que ele teria feito em março do ano passado, era criar um comitê de crise. Envolvendo o seu ministro da Saúde, envolvendo secretários da Saúde dos estados, envolvendo cientistas”.

Com todo respeito ao maior líder popular do país, discordamos. Em março passado, com ou sem “comitê de crise”, o PT já deveria estar levantando – aliás, desde o 7º Congresso de 2019 – a luta pelo Fim do Governo Bolsonaro, o que ele só fez muito tardia e tibiamente no meio da pandemia. Na época, o PT se empenhou e votou um “Orçamento de Guerra” unânime na Câmara. Tentou com Rodrigo Maia o tal “gabinete de crise” que não passou, nem podia. Mas Bolsonaro ficou, apoiado no Centrão no Congresso e faturou o “Orçamento”.

Bolsonaro não tem conserto possível, a única solução é terminar com esse governo, nem mais um dia para Bolsonaro, para abrir caminho a um novo governo capaz de defender o povo da crise!

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