Cresce violência contra a juventude

Segundo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA), negro e jovem sem estudo são as maiores vítimas

A taxa de homicídios entre jovens cresceu 17 %, o que significa que a cada 100 mil jovens 60 são assassinados. O problema se torna mais grave em relação à juventude negra, onde a taxa sobe para 23 %, segundo dados do IPEA, divulgados no Atlas da Violência 2017, em parceria Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O mais preocupante é que o genocídio da juventude vem aumentando por 20 anos, resultado que sem dúvida se relaciona com a política de repressão policial análoga a praticada pelos capitães do mato.

Segundo a Convenção para a Pre­venção e a Repressão do Crime de Genocídio ratificada pelo Brasil em 1952, a eliminação sistemática de um grupo étnico, religioso ou minoria nacional configura crime contra hu­manidade. O que vem acontecendo no Brasil é um genocídio sistemático de uma faixa da população, que é jovem e negra. Desde a escravidão, até o abandono sem indenizações e sem acesso à educação e moradia, são muitos os fatores que colocam a população negra nessas estatísticas. Mas não há dúvidas de que a ques­tão de classes é fundamental para entendermos esse cenário, que vem se agravando conforme também se aprofunda a crise brasileira.

A mulher negra também é mais vitimada, enquanto as não negras tiveram uma queda de 7,4 % em 10 anos, o número de negras assassinadas subiu 22 %.

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O Estado pioneiro nos índices de violência é o Espirito Santo, onde políticas de enxugamento da folha de pagamento e de cortes de gasto só serviriam para colocar os capixabas entre os primeiros colocados no ranking da mortalidade de mulheres negras, 9,2 mulheres mortas para cada 100 mil.

Artigo publicado originalmente na edição nº 808 do Jornal O Trabalho.

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