De todos os cantos do país uma só mensagem: não votem em golpistas!

E a militância disse não!

Como há muito tempo não se via, a Resolução do Diretório Nacional do PT que abriu a possibilidade de voto, para presidência do Senado e da Câmara, em candidatos golpistas provocou uma imediata reação da militância. Já no dia 21, do interior da Bahia, vinha um recado: “Nós, (filiados/as e militantes, vereadores/as, ex-prefeitos), presentes no Encontro Regional do Partido dos Trabalhadores da Bacia do Jacuípe e região, reunidos em Baixa Grande, por meio deste documento vimos manifestar nosso desacordo a qualquer tentativa de aliança com representantes da elite golpista para a eleição que definirá o comando das Mesas da Câmara Federal e do Senado”. Assinada por 11 Diretórios Municipais, foi um dos primeiros, da enxurrada de posicionamentos da militância.

De diferentes instâncias partidárias, de sindicalistas e jovens, militantes identificados com todas as correntes do PT, deram seu recado: não votem em golpistas! Reproduzimos abaixo trechos de algumas dessas mensagens.

“Não estamos num momento de regular legalidade”

Em carta aberta às bancadas, presidentes dos Diretórios Zonais do PT Paulista se posicionaram:

“Nós, presidentas e presidentes de 25 Diretórios Zonais do PT de São Paulo, expressando o sentimento e a vontade de milhares de militantes, nos dirigimos respeitosamente aos nossos valorosos parlamentares no sentido de apelar para que, de for­ma unânime, rejeitem acordos para composição de eleição das mesas da casa com os partidos que cometeram o golpe de estado no Brasil.

Não estamos num momento de regular legalidade. É preciso se somar a todo esforço de mobilização social contra Temer e seus partidos golpistas e, no parlamento, devemos continuar a denúncia e rejeitar qualquer movimento que possa significar uma cobertura que dê fôlego a Temer”.

“Nós que lutamos contra o golpe não aceitamos que isso aconteça”

Encabeçada por 31 membros da Executiva Nacional da CUT, petistas, identificados com todas as correntes do PT, e com a adesão de dezenas de dirigentes sindicais petistas, a carta enviada aos parlamentares afirma:

“O Diretório Nacional do PT ao remeter para as bancadas a decisão final sobre o voto a ser expresso pelo PT, deixou aberta a possibilidade de um acordo com deputados ou senadores da base do governo golpista de Temer. Nós que lutamos contra o golpe não aceitamos que isso aconteça. Manter a nitidez política do PT é fundamental, ainda mais diante da polarização com os golpistas que protagonizamos em todos os terrenos, desde a ação do movimento sindical e popular, até as duas casas do Congresso Nacional.

Por isso que nós, abaixo assinados, a título individual como dirigentes da Central Única dos Trabalhadores (CUT) que somos militantes do PT, nos dirigimos a nossos companheiros deputados federais e senadores pelo partido, pedindo-lhes que to­mem posição contrária a qualquer acordo ou voto em candidatos golpistas nas eleições para as mesas das respectivas casas, correspondendo assim à vontade, temos certeza, da esmagadora maioria da militância petista que intervém na luta cotidiana dos sindicatos e movimentos populares, por Fora Temer, por ne­nhum direito a menos e em defesa da democracia”.

“Ajudem a fazer nas ruas a verdadeira resistência contra o governo”

Estudantes secundaristas de São Paulo, também se posicionaram:

“Nós estudantes paulistas, dirigentes da UPES e de grêmios estudantis viemos a público dizer a estes parlamentares: quem luta contra o golpe e defende o povo, não deve votar em golpista! O apoio a candidatos golpistas enfraquece a luta pelo ‘’Fora Temer’’ e em defesa dos direitos. Rodrigo Maia, Eunício Oliveira e tantos outros da base de Temer, votaram pela PEC 55 e votaram na Câmara a MP da Reforma do Ensino na calada da noite! Passamos todo o ano de 2016 numa dura luta contra esses golpistas. Luta que certamente vai continuar em 2017, com a vontade e disposição que os estudantes secundaristas demonstraram ter!

Há alternativa! Se comprometam completamente com as pautas populares, com a defesa de nossos direitos e ajudem a fazer nas ruas a verdadeira resistência contra o governo Temer. ”

“Vamos aprender as lições do golpe: basta de conciliação! ”

Do Paraná dezenas de petistas também mandaram seu recado:

“Somos petistas de diversas correntes internas de pensamento e consideramos que essa decisão abre espaço para a possibilidade de apoio do PT a parlamentares golpistas. Os golpistas continuam patrocinando um processo de golpe contra a democracia e a soberania nacional, para a volta das privatizações e para atentar contra os direitos e conquistas elementares do povo trabalhador, com as reformas da Previdência e Trabalhista e o desmonte dos programas sociais, numa regressão social que joga milhões de brasileiros e brasileiras na exclusão e na miséria, com o único objetivo de transferir recursos, renda e patrimônio nacional aos especuladores e rentistas internos e externos.” Vamos aprender as lições do golpe: basta de conciliação! Fora Temer! Nenhum acordo com golpistas! ”

“Nenhuma trégua ao golpismo”

O recado de petistas de Cuiabá (MT):

“A pretexto de ‘ocupar espaços’, o único efeito prático de um acordo para votar em Maia-Eunício seria legitimar os golpistas.

Choca-se com a realidade o argumento de que os parlamentares precisam de cargos nas mesas para interferir na reforma da previdência. Pois somente a mobilização popular poderá barrar esse e outros ataques. E o que os parlamentares fizerem no parlamento poderá ajudar ou prejudicar a mobilização: aliar-se com golpistas, definitivamente, confunde e desmobiliza. Maia Não! Eunício Não! Nenhuma trégua ao golpismo! ”

“O efeito prático é a desmoralização da militância”

Do Amazonas:

“Aqui em Parintins também sentimos o golpe de 2016. A cada dia a situação econômica da população da ilha piora, e as conquistas do governo Lula e Dilma estão ameaçadas, assim como todos os direitos conquistados desde a redemocratização do país. Professores, agentes de saúde, trabalhadores rurais, jovens e estudantes repudiaram em massa a PEC 55 ocupando as ruas quando convocado por suas organizações. Não aceitamos o pretexto de votar em Maia e Eunício para ‘ocupar espaço! ’ O efeito prático desse acordo é a confusão da base e desmobilização da militância.”.

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