Desemprego e Carteira verde amarela

Apesar das promessas de “econo­mistas”, “especialistas” e gover­nos, a reforma trabalhista e a terceiri­zação irrestrita não contribuíram em nada para diminuir o desemprego no país.

Ao contrário, o número de de­sempregados no Brasil é o maior da história e alcança os 13,1 milhões de pessoas. A taxa de desemprego na juventude chega a 26% (de acordo com dados do IBGE).

Cresceu também o número de trabalhadores “subocupados”, grupo que reúne desocupados, subocupados (que trabalham menos de 40h) e “desalentados”, que estão disponíveis para trabalhar, mas não conseguem ou desistiram de procurar emprego. São 27 milhões de pessoas nessa situ­ação. Os jovens compõem uma parte assustadora desse grupo, revelando uma enorme falta de perspectiva de futuro.

Agora o governo Bolsonaro anuncia que vai criar uma nova carteira de trabalho, a “verde e amarela”, com a propaganda de que isso vai gerar mi­lhões de empregos, como declarou o ministro Paulo “tchutchuca” Guedes durante evento com prefeitos em Bra­sília no último dia 9 de abril.

Ainda não há um projeto tramitan­do sobre o assunto, mas em declara­ções anteriores, o ministro da econo­mia que fala fino com banqueiros, mas fala grosso com trabalhadores, defendeu que seria ofertada uma op­ção ao jovem “de um lado empregos com direitos (carteira de trabalho atual) e do outro lado empregos sem direitos”.

A proposta consistiria em dar ao “jovem” a “opção” de ser registra­do na carteira de trabalho normal com direitos garantidos ou com a tal carteira verde amarela, onde o regime previdenciário seria o da capitalização, em conta individual, e as convenções coletivas ficariam invalidadas. É evidente que todos os patrões vão empurrar (é pegar ou largar) o jovem trabalhador a “optar” pela verde amarela. “Quer, emprego? Então abra mão dos direitos”, esta vai ser a regra dos patrões!

Empregos sem direitos e sem garan­tia de aposentadoria, este é o futuro que a carteira verde amarela prevê para a juventude. 

Luã Cupolillo

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