Nas últimas semanas, em plena pandemia da Covid-19, acelerou-se a ofensiva imperialista contra a Venezuela desde Washington. O Procurador Geral Willian Barr ofereceu 15 milhões de dólares pela cabeça do presidente Nicolás Maduro e de 10 milhões pela do dirigente do PSUV e presidente da Assembleia Constituinte Diosdado Cabello, acusados de narcoterrorismo.
A Casa Branca fez a proposta de um governo de transição, sem Maduro e sem Guaidó, com um Conselho de Estado que convocaria eleições, como condição para levantar o bloqueio econômico ao país
A mais recente provocação é o envio de forças da Marinha dos EUA, com barcos de combate, aviões e helicópteros, às costas venezuelanas no Caribe, visando implantar um bloqueio naval que impeça o abastecimento do país.
Assim, aos bloqueios petroleiro, financeiro e marítimo, se somam as sanções, tentando criar uma justificativa para a ameaça sempre presente de intervenção externa liderada pelos EUA.
Cresce o rechaço às sanções
Ao mesmo tempo, o repúdio a essa política brutal de Trump, praticada em meio à pandemia que afeta duramente os próprios EUA, aumenta em todo o mundo.
Senadores estadunidenses, altos funcionários das Nações Unidas, o Parlamento Latino-americano e Caribenho (Parlatino), juristas, organizações de advogados e personalidades do Direito, intelectuais de todo o mundo, solicitam a suspensão imediata de todas as sanções e do bloqueio econômico impostos ilegalmente pelo governo de Donald Trump. O papa Francisco, no domingo de Páscoa, ao pedir o levantamento de sanções injustas e a anulação da dívida de países em dificuldade, fez uma referência especial à Venezuela.
Do movimento sindical importantes vozes se somaram à exigência de levantamento do bloqueio e das sanções impostas pelos EUA à Venezuela: a Confederação Sindical Internacional (CSI) e seu braço continental nas Américas (CSA), a Federação Sindical Mundial (FSM), a Federação Nacional de Indústrias Químicas da CGT da França, a CUT da Colômbia, a CTA-Autônoma da Argentina, através de seu secretário geral Pablo Micheli, estão entre as organizações que expressaram sua firme condenação diante da cada vez mais agressiva política do governo Trump e sua escalada recente contra o país
No México, uma reunião nacional dos Comitês de Diálogo de Trabalhadores e Jovens, que mantém laços com o Acordo Internacional dos Trabalhadores e Povos (AcIT), adotou uma declaração em 28 de março que exige o fim dos ataques de Trump contra a soberania da Venezuela, a paralisação imediata de todas operações militares, bem como o fim das sanções e do cerco económico.
Hoje, quando aparece à luz do dia a profunda crise que atravessa o capitalismo, num momento em que milhões de trabalhadores tomam consciência de que é a sobrevivência da humanidade o que está em jogo, e portanto a dos próprios trabalhadores como a classe social capaz de proporcionar uma saída ao mundo, mais do que nunca a nação venezuelana requer a solidariedade militante dos trabalhadores e povos da América Latina e do mundo.
Alberto Salcedo, de Maracaibo