Reforma Agrária, fim da violência no campo!

Para recordar apenas um exemplo, em janeiro de 2013 completaram nove anos da chacina em Unaí (MG). Três auditores fiscais e um motorista do Ministério do Trabalho foram mortos por autuar fazendas com irregularidades, inclusive trabalho escravo.

Em que terreno a violência dos latifundiários ameaça a vida dos trabalhadores que lutam pela terra?

O ministro Joaquim Barbosa do Supremo Tribunal Federal (STF), que tem a ajuda da mídia para transformar a o atropelo da Ação Penal 470 em “caso exemplar” de retidão e justiça, não se preocupou em julgar a acusação que ele mesmo fizera, a outro ministro do STF, Gilmar Mendes, transmitida pela TV, de ter jagunços em sua fazenda!

A justiça não é cega, ela enxerga muito bem o lado que lhe interessa, e os latifundiários agem porque sabem que contam com a impunidade que lhes é assegurada.

Como juízes e ministros do Supremo não são eleitos, só com sua luta o povo poderá retomar a palavra e eleger uma assembléia constituinte livre e soberana para modificar estas instituições que tão bem servem às classes dominantes, em detrimento da maioria oprimida.

Mas os três governos do PT, esses sim foram eleitos para um mandato que tinha, entre outras reivindicações, o carimbo da luta dos trabalhadores pela reforma agrária.

Nos dois mandatos de Lula a reforma agrária não avançou. Nos dois anos do mandato de Dilma a reforma agrária travou. E corre o risco de andar, a passos largos, para trás.

Á retranca que representa um governo de coalizão com o PMDB, detentor da maior bancada ruralista no Congresso Nacional, vem somar-se agora à base aliada o PSD. O partido da senadora latifundiária Kátia Abreu, presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), para quem é “impossível cumprir” as regras que protegem os trabalhadores do campo.

A denunciar o assassinato de Fábio, o deputado federal do PT da Bahia, Valmir Assunção se indagou: “quantas vezes os nossos camponeses e trabalhadores serão assassinados? É esse tipo de ação, com o uso da pistolagem, covarde e cruel, que estamos convivendo no campo brasileiro.”

É uma pergunta que deve ser dirigida ao governo. Pois a impunidade no campo está ligada, e está a serviço, da preservação da brutal concentração de terra no Brasil.

O governo Dilma tem os meios, e é bom repetir, foi eleita para isso, para tomar medidas concretas.

Basta utilizar parte dos recursos que são desviados para o superávit primário, para as desonerações da folha de pagamento e isentar os patrões, que

seria mais do que suficiente para investir nos assentamentos já existentes, permitindo-os produzir, e assentar todas as famílias sem terra para que possam trabalhar e viver dignamente do fruto de seu trabalho.

Editorial da edição 727 do Jornal O Trabalho

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