O Trabalho completa 42 anos em 2020. Para marcar essa data decidimos iniciar a nossa seção “memória”, disponibilizando a cada semana uma edição O Trabalho antiga, na íntegra, com um índice de todo o conteúdo.
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Aqui está a edição nº4 do jornal O Trabalho.
Confira abaixo o índice da edição:
Página 1
– Editorial: Oposições sindicais e movimentos classistas estão preparando o Encontro Operário da Grande São Paulo para organizar as lutas da classe operária, desde as greves até as campanhas salariais . Num ano que já é marco da luta, o Encontro deve lançar as bases para avanços maiores.
Página 2
– Bancários, é hora de greve
Os pelegos do Sindicato dos Bancários de São Paulo tentam se manter no poder atrasando as eleições. A oposição denuncia enquanto se prepara para fazer do processo eleitoral um processo de luta, afirmando que já é hora de preparar a greve.
– Dubladores há 120 dias em greve
Os patrões (redes de TV, empresas de dublagem, monopólios de distribuição de filmes, etc) não querem abrir mão de seus enormes lucros. Rede Globo tenta confundir a opinião pública e os dubladores anunciando o fim da greve. É a mais longa greve da categoria neste ano (quatro meses) e o movimento se encontra num impasse.
– “Não”, diz Setúbal aos professores
Ao entregar mais de 2.000 assinaturas por diversas reivindicações do setor, mais de 80 professores do nível II (curso secundário) foram recebidos entre agressões e ironias pelo prefeito Olavo Setúbal. Eles estão com os salários congelados desde maio de 1977.
– USP: Prossegue mobilização de funcionários
Já dura um mês a luta dos funcionários da USP por aumento de 20% nos salários. No dia 26 último, realizaram o chamado Dia do Protesto: paralisaram suas atividades, reunindo 400 funcionários em Assembleia.
– Jornalistas das Folhas: Queremos 20%
A campanha pelo aumento toma impulso em algumas redações, como no caso do grupo “Folhas”. Mais de 250 jornalistas de todas as redações se dirigiram à direção do Grupo com um abaixo-assinado reafirmando a luta e dando um prazo de sete dias para a resposta.
– Greve na Rossi – Diadema
Os 700 operários da Metalúrgica Rossi, em Diadema, paralisaram o trabalho no dia 19 de junho reivindicando 20% de aumento.
– Greve na Fundição
Após sucessivas paralisações setorizadas os 580 operários da Fundição Sobre Pressão, na Chacara Santo Antonio, paralisaram totalmente o trabalho na última semana de junho, reivindicando 25% de aumento.
– Em Minas, rumo à UEE
Em luta pela liberdade de organização própria, os estudantes mineiros avançam com a realização do Congresso Estadual de Estudantes em Minas Gerais, a partir do qual foi criada a comissão executiva pró União Estadual dos Estudantes.
– A Sentença Proibida
26 de junho possivelmente entraria para a História como a data em que um membro do Poder Judiciário de primeira instância admitiu formalmente que, neste país, se pratica a tortura e se assassina presos políticos, mas o Juiz João Gomes Martins Filho foi impedido por mandado de segurança impetrado pela União.
– Expediente
“Editores: Paulo Moreira Leite, Edmundo Machado, Sandra Carvalho, Arthur Pereira Filho e Celso Marcondes (…)”
Página 3
– O Regime Militar pede socorro
“A partir do início de junho cerca de 25 mil trabalhadores de saúde entraram em greve. Médicos, residentes, internos e funcionários de vários estados do país paralisaram suas atividades exigindo melhores condições de trabalho e aumento salarial (…)
– A denúncia dos operários da Brastemp
“Um grupo de operários da Brastemp de São Bernardo do Campo enviou à redação de O Trabalho uma carta denunciando as condições de trabalho dentro da fábrica com o nome “as greves não bastaram, continua a superexploração”(…)”
– As primeiras comissões no ABC
“A onda de greves continua incomodando os patrões e o governo, questionando os pelegos, ignorando a lei de greve e abrindo brechas no arrocho salarial(…)
Páginas 4 e 5
– A greve nos hospitais
“Quais as perspectivas de greve de funcionários e médicos uma semana depois do seu início? Como movimento poderá acumular forças para se ampliar e conquistar a vitória? Estas perguntas começaram a ser feitas já nos primeiros dias de greve, que hoje envolve cerca de 15 mil trabalhadores da saúde. E o próprio movimento se encarregou de respondê-las, de acordo com o depoimento de alguns médicos e funcionários dos dois hospitais prestados a O Trabalho (…)”
Página 6
– Osasco, 16 de julho de 1968
“Às oito horas e 44 minutos da manhã do dia 16 de julho, quando a sirena soou, começou a greve em Osasco com a paralisação da Cobrasma, a fábrica mais combativa da cidade(…)”.
“As greves de Osasco e Contagem bem como a manifestação de 1° de maio em São Paulo, marcaram a participação da classe operária brasileira nos combates que os trabalhadores de todo o mundo travaram em 1968 contra a exploração capitalista e na defesa de sua liberdade de organização e atuação política(…)”
Página 7
-Peru: nas ruas e urnas trabalhadores combatem o regime militar
“Apesar da decretação do estado de emergência, da censura à imprensa e suspensão da propaganda eleitoral, apesar da prisão de milhares de militantes políticos e dirigentes sindicais e deportação dos principais líderes dos partidos de oposição ao regime militar, as eleições para a Constituinte outorgada por Bermudez acabaram se realizando(…)”
– Alemanha Oriental: Revolta contra os privilégios da burocracia
“Centenas de trabalhadores da cidade de Wittenberg, na Alemanha Oriental, organizaram uma manifestação no 1° de maio protestando contra as Intershops, uma rede lojas criadas especialmente para os burocratas(…)”
– Depois de doze anos, eleições na Bolívia
“Depois de 12 anos os bolivianos voltam às urnas para eleger, entre 12 candidatos, o seu novo presidente(…)”.
Página 8
– A luta nos hospitais
“-Médicos também em greve”
“-Residentes perto da vitória”
– Greve na Bahia
“Há mais de 20 dias cerca de 17.000 professores baianos (de 1° e 2° grau) se mantém em greve. A sua reivindicação como nos demais movimentos iniciados a partir das greves operárias de São Paulo, refere-se a melhores salários e condições de trabalho(…)”