Cresce no Brasil o número de vítimas da Covid-19, hoje já são cinco milhões de contaminados e cerca de 150 mil mortos. Cresce o número de desempregados, o último dado do IBGE registrou 14,1% na segunda semana de setembro. Cresce o número de empregos destruídos (formais e informais), cerca de 15 milhões nos últimos meses. E nos empregos que permanecem aumenta a pressão dos patrões pela retirada de direitos. Os preço dos alimentos básicos na mesa da população, o arroz com feijão do dia a dia, segue nas alturas, cresce a insegurança alimentar para as famílias trabalhadoras. Aumenta de maneira assustadora o número de hectares atingidos pelo incêndio no Pantanal, já passa de três milhões.
Este é o quadro trágico, real e não virtual, que vive a maioria do povo brasileiro. Não por causas naturais, mas fruto de um sistema que apresenta este “não futuro”, um processo acelerado de destruição das forças produtivas, em todo o mundo e no Brasil. Aqui este processo engendrou o golpe e pariu Bolsonaro.
O desmantelamento dos serviços públicos através da reforma administrativa, em discussão no Congresso Nacional, a entrega da Petrobras às multinacionais, com a recente ajuda dada pelo Supremo Tribunal Federal, o fim do auxílio emergencial, sob alegação de que não tem dinheiro, enquanto enche o bolso dos banqueiros, o aval à exploração de minérios em terras indígenas, isto é esse governo e com ele tudo tende a piorar! Até as missões do Fundo Monetário Internacional (FMI) voltaram ao Brasil para dar as ordens, “in loco”. “A implementação célere das reformas estruturais (…) é essencial (…), na ausência de evidências inequívocas da manutenção do teto de gastos, qualquer despesa adicional poderia minar a confiança do mercado.”, ditam os missionários do FMI.
A questão que se coloca: é possível deter esta escalada regressiva, “célere”, como manda o FMI?
A resposta não está dada de antemão. Os trabalhadores, a principal força produtiva, vão resistir, como resistem, como na recente greve dos Correios, até por uma questão de sobrevivência. A classe trabalhadora não tem outra opção. Mas esta resistência precisa se encontrar, se somar, para dar a confiança que permita construir a força capaz de deter esta escalada.
Para enfrentar a ferocidade destruidora do capital, os trabalhadores construíram suas organizações, em particular, o PT e a CUT e nelas deveriam poder se apoiar. Para isso as construíram! Em primeiro lugar: é preciso sair do casulo do mundo virtual e voltar às ruas, com todos os cuidados necessários. É nas ruas que estão, inclusive sem as proteções necessárias por omissão do governo e dos patrões, os trabalhadores que ainda têm empregos, os que procuram emprego, os que se viram com bicos, e os que protestam.
Dialogar e organizá-los, unificá-los, ao redor de suas necessidades imediatas que são emergenciais. Por exemplo, lutar contra as demissões, pelo tabelamento de preços dos alimentos de primeira necessidade, pela exigência de testagem em massa da Covid-19 para pôr um freio na contaminação e por mais serviços públicos, dos quais depende a maioria do povo trabalhador.
São questões concretas que se colocam na luta direta da classe. No terreno eleitoral elas devem se expressar nas candidaturas do PT, este é um compromisso que os candidatos do Diálogo e Ação Petista assumem, para ajudar a construir a resposta para deter a escalada regressiva que contamina o país, o quanto antes melhor.