Enterrar as contrarreformas e abrir a saída política
A poucos dias da greve geral de 28 de abril, se confirma que no 15 de março se iniciou um giro na situação do país, com os trabalhadores retomando a iniciativa. Isso pode se acentuar neste dia de greve geral que se prepara.
Uma ampla unidade se constrói, desde a base, atingindo as diferentes categorias de trabalhadores, apoiados em seus sindicatos. Uma força crescente que integra também os movimentos populares e da juventude.
A crise escancarada das instituições vassalas do imperialismo fermenta a resistência para derrotar as contrarreformas da Previdência e Trabalhista.
Presidente da Câmara e Senado, paladinos das contrarreformas, estão à volta com processo de abertura de inquérito. A base parlamentar composta pelos “arautos” da moralidade na articulação do golpe, à frente o PSDB e PMDB, têm agora que explicar-se. Afinal o bordão de Aécio Neves nas presidenciais de 2014, que para “acabar com a corrupção no Brasil, basta tirar o PT do governo”, revelou a hipocrisia da burguesia visando quebrar o PT. E se revela de maneira nítida que o principal erro do PT foi entrar no jogo cujas regras eram estabelecidas pela burguesia e seus partidos.
Um governo odiado pela esmagadora maioria da população; Temer, do “alto” dos seus 5% aprovação, esbraveja, manobra, oferece cafés da manhã, cargos e prebendas, para aprovar as contrarreformas que lhe garantam oxigênio para nadar por baixo d’agua. A tal pinguela de Fernando Henrique Cardoso para garantir a travessia até 2018, feita às custas dos ataques à nação e aos trabalhadores, está balançando.
Mas nada está garantido. A gravidade da situação sem uma resposta à altura pode levar a situações mais difíceis para os trabalhadores e todas as camadas oprimidas, a começar por deixar prosperar a ditadura do Judiciário que a todos esculhamba e se apresenta acima dos interesses das classes, “dos políticos”, na verdade sob o tacão dos interesses do capital financeiro.
Os trabalhadores, com seus sindicatos, demonstram a disposição de luta para garantir suas conquistas e retomar a via de um país soberano.
O PT, construído pelos trabalhadores que “estavam cansados de ser massa de manobra” dos partidos da burguesia, deve corrigir seus erros. Abrir, na prática, uma saída política que enterre as tentativas de pactuação por cima como sempre buscam as oligarquias brasileiras e os partidos “domesticados” por elas. Nenhuma conciliação mais com os partidos dessas oligarquias!
A crise das instituições e a greve do 28 de abril, que promete vir com toda força, amadurecem as condições para o PT passar à ofensiva. Defender-se enquanto partido, defender seus militantes presos políticos, e defender Lula, perseguido pela Lava Jato.
Estamos diante de uma situação clássica em que a “melhor defesa é o ataque”. Depois do 28 de abril é toda força no Fora Temer! E o PT deve voltar a apresentar-se como o único instrumento político que as massas oprimidas dispõem para enfrentar a ofensiva do imperialismo, com Lula Presidente, com uma plataforma encabeçada pela proposta de uma Constituinte Soberana que faça as reformas populares e revogue o desmantelamento que nesse um ano de governo golpista já foi feito no país.
Os mais de cinco mil militantes petistas que votaram nas chapas “Unidade pela Reconstrução do PT” no Processo de Eleição Direta do dia 9 de abril, estarão engajados nesse combate.