Encontro Nacional de O Trabalho (ENOT)

Publicamos abaixo trechos do documento de orientação adotado no último dia 1º de junho pelos delegados eleitos reunidos no 31º ENOT, em São Paulo (SP).

Se você, leitor, quiser discuti-lo, solicite a íntegra ao difusor do jornal.

“(…) Estreitou-se a margem de manobra para qualquer regime que, confrontado à luta de classes, resista ou não faça todas as concessões (livre-comércio, privatizações) exigidas para salvar a matriz. Nesse ponto, está obrigado a buscar algum apoio nas massas populares. Quase um século após a crise de 1929, a tendência, ao contrário de um superimperialismo dissolvendo contradições nacionais, hoje mais que antes, é a história colocar ao proletariado – numa linha de frente única antiimperialista – a direção da nação traída pelos flertes com as massas da parte de frações burguesas, pequeno-burguesas ou aparelhos de organizações operárias.

(…) No Brasil, focado no obstáculo reconhecido pelas massas –”com esse Congresso não dá!”– junho não terminou as ilusões. Mas atualizou a necessidade da Constituinte Soberana para atender as reformas não realizadas desde o ascenso revolucionário dos anos 80 e bloqueadas na Constituinte outorgada de 86-88, cuja obra a direção lulista sustentou, em especial os “conselhos participativos”.

Tudo isso foi posto em questão pelas manifestações, no momento em que a seção da 4a Internacional formulava a perspectiva da Constituinte nas ruas. E essa situação perdura.

As condições concretas puseram no centro a reforma política, “mãe de todas as reformas”, que só uma Constituinte pode fazer, abrindo a via às aspirações sociais e nacionais do povo. Nós, sem nenhuma ilusão constitucionalista, enunciamos a agitação da reforma política como a ruptura democrática revolucionária: dar a palavra ao povo para reformar o Estado de cabo-a-rabo numa Constituinte proporcional, unicameral, com voto em lista e sem financiamento empresarial. É parte do programa democrático que só a classe operária, liderando as massas da nação oprimida, pode realizar (teoria da revolução permanente).

(…) Nossa atitude de voto é ativa e independente. Nada tem de seguidismo (mesmo se apoiamos a candidatura do PT) nem de abstencionismo (mesmo se criticamos o governo). Pode ser resumida na fórmula “Dilma, assuma o Plebiscito Popular; convoque a Constituinte”, que ligamos a uma plataforma de reivindicações: reforma agrária, fim do fator previdenciário, 40 horas, desmilitarização das PMs, reestatização, fim do superávit primário etc. Daí a importância da sustentação de nossas próprias candidaturas a deputado.

(…) Seria incompreensível contentar-se com audiência e autoridade “moral” – ampliadas no combate à Ação Penal 470 em defesa do PT e na defesa da CUT contra a divisão e a integração –, sem abrir um combate prático de superação do aparelho que degenera as organizações e é fator de crise, sectarismo e desmoralização.

(…) A tensão continua nos grandes centros, os serviços públicos são tocados por uma onda de greves, inclusive selvagens, além de manipulações ao redor da Copa. É tudo parte da nova situação aberta em junho, numa conjuntura instável. A exigência central “Dilma assuma o Plebiscito, convoque a Constituinte” continua posta para todo o período eleitoral.”

 Adotado por unanimidade

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